“Lucros da EDP subiram 3% em 2022. Isso é extraordinário?!”, questiona Miguel Stilwell
Líder da EDP contesta imposto extra aplicado às elétricas e diz que o mecanismo ibérico deve acabar com o “fim da crise” energética. Europa em “risco real” de perder terreno para EUA nas renováveis.
Miguel Stilwell diz não ter “nenhuma dúvida” de que os lucros extraordinários no setor da energia em 2022 foram registados pelas grandes empresas petrolíferas e de gás, dando o exemplo da Exon, da BP ou da Shell, e não pelas empresas do setor elétrico. “Os nossos lucros subiram 3% em 2022. Isso é extraordinário?!”, questiona o presidente da EDP, contrapondo que são as elétricas que “investem no dia-a-dia” e estão a criar empregos em Espanha ou em Portugal.
Em entrevista ao El Pais, publicada esta quarta-feira, Miguel Stilwell contesta o mecanismo ibérico, que gerou um benefício de 489 milhões em 2022, com o argumento de que “foi criado num momento de crise, de que parece que já saímos” e “já não se dão as condições que justificaram exceção”. “Devíamos ter um sistema único para todos os países. A Europa tem mais força e é mais resiliente aos choques externos quando está integrada, não quando cada país impõe a sua exceção”, acrescentou.
Elogiando as regras “bastante previsíveis estáveis” em Portugal para investir nas renováveis, que permitiu ao país “passar ao lado da crise energética na Europa” – “em Portugal, os clientes domésticos não tiveram um grande aumento de preços nos últimos dois anos por haver muitas renováveis a preço fixo”, argumentou –, Miguel Stilwell advertiu ainda para o “risco real” de a Europa perder terreno para os EUA no investimento em renováveis, que através dos subsídios aprovados pela Administração de Joe Biden tem “uma legislação muito potente, simples e direta para promover as renováveis, o hidrogénio, o armazenamento ou as baterias”.
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