Inflação abranda para 8,2% em fevereiro, confirma INE. Mas preços dos alimentos voltaram a aumentar
Gabinete de estatísticas nacional confirma desaceleração da inflação pelo quarto mês consecutivo. No entanto, inflação nos bens alimentares e bebidas não alcoólicas foi de 21,5%.
Está confirmado o abrandamento da inflação em fevereiro, para 8,2%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira. É o quarto mês consecutivo de abrandamento, mas, como já indicava a estimativa rápida do gabinete estatístico, os preços dos alimentos voltaram a aumentar.
O INE indica ainda que o índice referente aos produtos alimentares não transformados subiu 20,1% (18,5% no mês anterior), atingindo assim a taxa mais elevada desde maio de 1990. Por outro lado, os preços na energia continuam a abrandar, sendo que o índice relativo a estes produtos diminuiu pelo quarto mês consecutivo, para 1,9% (7,1% no mês precedente).
Já o “indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) acelerou para uma variação de 7,2% (7% em janeiro)”, indica o INE. Este é um indicador que mede a evolução dos preços excluindo os elementos mais voláteis, e é o que tem estado a preocupar os bancos centrais já que continua a acelerar.
Hortícolas, azeite e telecomunicações mais caros. Preços no vestuário e energia abrandam
Olhando para os vários contributos para a taxa de inflação geral, o mais expressivo foi a classe de bens alimentares e bebidas não alcoólicas, que registou uma variação homóloga de 21,5% (20,6% no mês precedente), valor mais elevado desde maio de 1985. Os preços das comunicações e do setor de lazer, recreação e cultura também registaram aumentos expressivos.
Por outro lado, as rubricas dos transportes e da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis registaram um abrandamento no segundo mês do ano. O gabinete de estatísticas nacional salienta ainda que as “únicas classes com contribuição negativa foram as do vestuário e calçado e da saúde“.
O INE permite ainda ver as contribuições de certas categorias a um nível mais desagregado, no que diz respeito à variação mensal dos preços. Aqueles que mais contribuíram para a subida foram os “pacotes de serviços de telecomunicações, os produtos hortícolas frescos e frigorificados, exceto batatas e outros tubérculos, o azeite, os restaurantes, cafés e estabelecimentos similares e os hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares”.
Em sentido oposto, nas “contribuições negativas, destacam-se as dos sub-subgrupos do vestuário de mulher e de homem, do vinho, da eletricidade e do gasóleo”.
Nos dados é possível também ver que a variação homóloga das rendas de habitação por metro quadrado foi 3,8% em fevereiro de 2023 (3,6% no mês anterior).
É de salientar ainda que na comparação europeia, utilizando o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, é possível ver que Portugal se encontra a meio da tabela mas acima da média da Zona Euro. O IHPC foi de 8,6% em Portugal e de 8,5% na média dos países da área do euro.
(Notícia atualizada às 11h30)
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