Novobanco atribui bónus de 1,9 milhões. Ex-CEO António Ramalho incluído
Como nos anos anteriores, o Novobanco voltou a atribuir um prémio de 1,93 milhões aos administradores. Ex-CEO António Ramalho também terá direito. Fim da reestruturação permitirá pagamentos.
O Novobanco voltou a atribuir um prémio de desempenho de 1,93 milhões de euros ao conselho de administração executivo, em linha com os anos anteriores. O antigo CEO António Ramalho, que deixou o banco em agosto, também terá direito ao bónus. Isto acontece numa altura em que o banco está prestes a concluir o plano da reestruturação, que permitirá pagamentos dos prémios.
“Para o ano de 2022, a remuneração variável foi atribuída condicionalmente, no montante de 1.931 milhares de euros, aos membros do conselho de administração executivo (incluindo membros que já não se encontravam em funções no final do ano) e sujeita à verificação de diversas condições”, lê-se no relatório e contas do Novobanco divulgado esta sexta-feira.
Lembrando que estes prémios estão sujeitos a ajustamentos no futuro, a instituição financeira adianta também que “não existe qualquer direito adquirido ou certeza quanto ao valor final da remuneração variável que será recebido ou quando qualquer dos pagamentos será efetuado”.
De qualquer forma, esclarece que “esta atribuição foi totalmente diferida e não deverá haver quaisquer pagamentos até ao final do período de reestruturação”, o que estará prestes a acontecer.
A Comissão Europeia já anunciou que o plano de ajustamento e os compromissos assumidos com a República portuguesa foram cumpridos pelo banco e que a saída do processo de reestruturação ocorrerá após o relatório final do monitoring trustee, que será elaborado após a apresentação das contas de 2022 auditadas.
O banco anunciou esta quinta-feira um lucro de 560,8 milhões de euros, o triplo do ano transato, graças ao aumento da margem financeira, ao menor nível de imparidades e à venda da sede.
Ramalho com direito a indemnização
O banco pagou um total de 1,74 milhões de euros ao conselho de administração liderado pelo gestor irlandês Mark Bourke. O CEO foi o mais bem pago: auferiu um salário de 387 mil euros, tendo-lhe sido ainda atribuído 107 mil euros. Adicionalmente, teve direito a um subsídio de expatriação no valor de 142,8 mil euros, dos quais 102 mil euros foram pagos no ano passado.
Já o conselho geral e de supervisão teve remunerações na ordem dos 1,12 milhões de euros. Da lista dos rendimentos dos “não executivos” destaca-se o presidente Byron Hayne, que recebeu 387,1 mil euros e outros 37,9 mil euros foram atribuídos de forma diferida.
Em relação a António Ramalho, deixou o banco no início de agosto, mantendo-se ligado à instituição como consultor, as remunerações ascenderam a 244 mil euros, dos quais 19,1 mil euros foram diferidos. O relatório e contas indica que o antigo CEO teve direito a uma indemnização, mas não detalha o valor. Apenas refere que Ramalho e outro administrador que saiu durante o ano passado, Leight Barlett, terão direito a um total de 460 mil euros, que serão pagos este ano.
(Notícia atualizada às 19h45)
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