OCDE vê inflação de 6,2% na Zona Euro em 2023. “Mais subidas de juros ainda são precisas”
"Com a inflação subjacente a recuar lentamente, as taxas de juros provavelmente permanecerão altas até meados de 2024", avisa a OCDE.
A inflação um pouco por todo o mundo está a abrandar, mas continuam pressões subjacentes nomeadamente devido a “margens mais altas em alguns setores”, salienta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Nas Previsões Económicas Intercalares divulgadas esta sexta-feira, a OCDE estima que a inflação na Zona Euro ficará nos 6,2% este ano, sendo que perante estes sinais “novos aumentos nas taxas de juros ainda são necessários”.
Apesar dos alertas, a previsão da inflação na Zona Euro foi revista em baixa pela OCDE face às estimativas lançadas em novembro. Já para o crescimento económico dos países da área do euro, os números foram revistos em alta para 0,8% em 2023 e 1,5% em 2024, ainda assim com um ritmo de recuperação lento.
A OCDE destaca também que a “melhoria nas perspetivas ainda é frágil”, mantendo-se vários riscos e incerteza às previsões que aconselham cautela. É por isso também que notam que “a política monetária tem de permanecer restritiva até que haja sinais claros de que as pressões da inflação subjacente são reduzidas de forma durável”.
Desta forma, “mais aumentos nas taxas de juros ainda são necessários em muitas economias, incluindo os Estados Unidos e a Zona Euro”. “Com a inflação core a recuar lentamente, as taxas de juros provavelmente permanecerão altas até meados de 2024″, avisa a OCDE.
Quanto à origem desta evolução, a OCDE aponta que em vários países, a inflação subjacente, ou seja, aquela que exclui os valores mais voláteis como os combustíveis, “permanece elevada, sustentada por fortes aumentos de preços de serviços, margens mais altas em alguns setores e pressões de custo de mercados de trabalho apertados”.
Ainda sobre a política monetária mais restritiva, a OCDE admite que os sinais do impacto “já começaram a aparecer em partes do setor bancário, incluindo bancos regionais nos Estados Unidos”, isto depois de ser conhecido o colapso do banco Silicon Valley Bank, bem como de algumas outras instituições financeiras mais pequenas.
“Em várias economias, o crescimento real e esperado do crédito desacelerou, tornando-se até negativo em algumas pesquisas recentes sobre empréstimos bancários, inclusive na área do euro”, nota a OCDE, o que “se reflete na contração relacionada da ampla oferta monetária em várias grandes economias, após o forte crescimento observado durante a pandemia”.
Nestas previsões há também números para o crescimento global, que mostram que o crescimento global deverá “permanecer abaixo da tendência em 2023 e 2024, em 2,6% e 2,9%, respetivamente, com o endurecimento da política continuando a vigorar”. “No entanto, projeta-se uma melhora gradual até 2023-24, à medida que diminui o peso da alta inflação nas receitas”, indica a OCDE.
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