TAP volta aos resultados positivos cinco anos depois, com lucro de 65,6 milhões
Cinco anos depois, a companhia voltou aos resultados positivos. Companhia aérea terminou o exercício de 2022 com receitas recorde de 3,5 mil milhões de euros e um resultado operacional inédito.
A TAP voltou aos resultados positivos, cinco anos depois. A companhia aérea terminou o exercício de 2022 com lucros de 65,6 milhões de euros e receitas de 3,5 mil milhões, um novo recorde. O resultado operacional saltou para uns inéditos 268,2 milhões. Números positivos que ajudarão, por certo, o Governo a atrair interessados para a privatização.
É preciso recuar a 2017 para encontrar um ano com contas positivas na transportadora. Nessa altura, a TAP SA, dona da companhia aérea, fechou o exercício com um lucro de 100,4 milhões. Já a holding, a TAP SGPS, ficou-se pelos 21,2 milhões, devido a perdas noutras subsidiárias, como a Manutenção e Engenharia Brasil.
Com o resultado de 2022, a TAP põe fim a um longo ciclo de prejuízos, que atingiram os 1.600 milhões no ano passado, devido ao impacto da pandemia. Perdas que levaram ao resgate da companhia com a injeção de 3,2 mil milhões em ajudas de Estado e à aplicação de um plano de reestruturação, com milhares de despedimentos e cortes nos salários.
“Durante o quarto trimestre de 2022 a TAP foi capaz de gerar as receitas trimestrais mais elevadas da sua história e uma rentabilidade recorde, apesar dos contínuos desafios operacionais”, destaca Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, citada no comunicado divulgado pela empresa.
“Durante o primeiro ano completo do Plano de Reestruturação, a TAP gerou um lucro operacional que é um recorde histórico para a empresa. A TAP gerou também um lucro líquido positivo muito forte, tendo em conta o seu nível de alavancagem”, acrescenta a ainda presidente executiva da companhia aérea. O plano de reestruturação só previa o regresso da companhia aérea aos lucros em 2025.
Mesmo transportando menos passageiros e operando menos aeronaves do que em 2019, a TAP conseguiu um novo recorde nos rendimentos operacionais, que totalizaram 3.485 milhões, mais 151% do que no período homólogo. As receitas cresceram de forma expressiva em quase todos os segmentos: 187,9% nas passagens, 143,6% na manutenção e 9,4% na carga e correio.
Os gastos operacionais subiram 11,8% para os 3.316,8 milhões, com o aumento superior a 200% nas despesas com combustível e nos gastos operacionais de tráfego. Os custos com pessoal subiram 11,6%, com a contratação de 779 novos trabalhadores. Ainda assim, o custo operacional por lugar-quilómetro (CASK) oferecido diminuiu 10,7% em comparação com o ano anterior, baixando para 7,04 cêntimos.
O resultado operacional cifrou-se em 268,2 milhões de euros, também um recorde, marcando uma forte inversão face à perda de 1.489 milhões de 2021. A margem de rentabilidade operacional foi de 7,1%. Os resultados antes juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 778 milhões com a margem a alcançar os 22,3%.
O bom desempenho anual beneficiou da evolução do negócio entre outubro e dezembro. A TAP teve lucros de 156,4 milhões de euros no último trimestre de 2022, ampliando o resultado positivo que tinha alcançado entre julho e setembro, de 111 milhões de euros. As receitas superaram ligeiramente os mil milhões.
A companhia aérea transportou 13,8 milhões de passageiros em 2022, mais 136,1% do que no ano anterior, mas ainda longe (81%) dos 17 milhões contabilizados em 2019. O número de voos operados atingiu 74,9% dos níveis registados no ano anterior à pandemia e a capacidade oferecida 87%. Já a taxa de ocupação (80%), ficou encostada à de 2019. A companhia aérea tinha no final de dezembro 93 aeronaves em operação.
A transportadora aérea tinha uma dívida líquida e 2.740 milhões no final de 2022, menos 47 milhões do que em dezembro do ano anterior. Com a melhoria das contas, o endividamento é agora de 3,5 vezes o EBITDA, um rácio melhor do que o registado em 2019 (5,2 vezes). A liquidez em tesouraria é de 1.043 milhões.
Estas são as últimas contas de Christine Ourmières-Widener à frente da empresa. A demissão da gestora francesa que entrou em junho de 2021 para presidência executiva da TAP e do chairman, Manuel Beja, foi anunciada a 6 de março pelo ministro das Finanças, na sequência das conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças sobe o processo de rescisão com a antiga administradora Alexandra Reis.
A CEO e o chairman devem deixar a companhia até ao final do mês. O novo presidente executivo será Luís Rodrigues, o líder da SATA, devendo assumir o cargo em meados de abril.
(notícia atualizada às 8h50)
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