Galamba soube pela televisão que, afinal, ia ficar no Governo
Costa falou com o núcleo duro do Governo e fez contactos nos setores tutelados pelo ministro para recolher impressões sobre o desempenho do governante, que só soube da decisão final pela televisão.
Depois de uma reunião matinal com o primeiro-ministro, para explicar os últimos acontecimentos polémicos que envolveram trocas de acusações e alegadas agressões no Ministério das Infraestruturas, João Galamba apenas soube pela televisão que ia ficar no Governo, após ter pedido a demissão do cargo, segundo avança o Observador (acesso pago).
António Costa não terá sinalizado o que pensava fazer durante a reunião que teve com o ministro das Infraestruturas. E teve dúvidas ao longo do dia, acabando por decidir segurar Galamba, contra a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa. Para o primeiro-ministro, Galamba não deve sair por ter demitido um colaborador que “estava a omitir informação relevante solicitada pela comissão de inquérito” à TAP, sobretudo quando este “deu provas ao longo dos anos da sua competência e dedicação ao serviço público”.
Na reunião entre o chefe do Executivo e o sucessor de Pedro Nuno Santos, este último terá apresentado mensagens, notas e documentos para tentar provar que tinha agido com rigor, dando “provas” e preparando todas as explicações. António Costa falou com o seu núcleo duro para tomar a decisão de manter Galamba no cargo, tendo também feito contactos nos setores tutelados pelo ministro para recolher impressões sobre o desempenho do governante. Mas este só soube pela televisão, ao mesmo tempo que todo o país.
No centro deste caso está um desentendimento entre o ministro e um adjunto, Frederico Pinheiro, que terá resultado em agressões no Ministério, originou uma troca de acusações entre ambos na praça pública — incluindo uma declaração do adjunto acusando o ministro de querer mentir à comissão de inquérito à TAP — e a controversa decisão de reportar ao SIS o que o Governo considerou ter sido o roubo de um computador com informação confidencial por parte de Frederico Pinheiro.
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