WindFloat da EDP em Viana do Castelo tem “capacidade muito grande de escalar”
Após mostrar o parque eólico flutuante à comissária europeia, Miguel Stilwell d’Andrade falou ao ECO do desejo de “expandir bastante” a produção offshore, à espera do caderno de encargos do leilão.
Com 25 MW e três turbinas eólicas a 20 quilómetros da costa de Viana do Castelo, o WindFloat Atlantic foi o primeiro parque eólico flutuante da Europa Continental. Em operação há três anos e com “ótimas produções” – tem uma produção anual equivalente a abastecer 25 mil famílias –, o presidente da EDP assume ao ECO que “há a possibilidade de expandir bastante mais”.
“Estamos a falar de 25 MW. Ao todo, a nível mundial, temos projetos de eólico de 16.000 MW e o flutuante representa cerca de 6.000 MW. Portanto, passar de 25 MW para 6.000 MW de eólico flutuante é, obviamente, uma capacidade muito grande de escalar”, referiu Miguel Stilwell d’Andrade.
Do que depende? “Depende do desenvolvimento, de licenciamentos, depende também das condições regulatórias e de se conseguirem incentivos para que se consiga, efetivamente, vender essa energia em condições interessantes. Há uma série de condições que têm de ser preenchidas antes de investir”, respondeu o gestor.
A secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, admitiu que este projeto de transformação do vento em energia pode ser replicado ao longo da costa nacional. “É uma paisagem que podemos ver noutras latitudes da nossa costa, com muitos benefícios para o país, trazendo-nos energia limpa, fiável, a custos cada vez mais competitivos – e benefício para todos os portugueses”, disse a governante, em conferência de imprensa.
Poucos minutos depois de, na companhia da comissária europeia da Energia, ter sobrevoado este parque eólico em mar alto – a plataforma está ligada à rede através de um cabo de alimentação que percorre os 20 quilómetros que o separam da estação instalada na capital do Alto Minho –, o líder da EDP falou num “bom exemplo de uma boa tecnologia implementada em Portugal” e de um case study que Kadri Simson “teve interesse em vir cá conhecer”.
Em declarações ao ECO, no aeródromo da Maia, Miguel Stilwell d’Andrade indicou que este é o único parque do género que a EDP tem já operacional, mas lembrou que a empresa portuguesa está a construir outro em França e tem também projetos com a mesma tecnologia na Escócia e nos Estados Unidos da América, que “vão ser desenvolvidos ao longo da próxima década”.
E para esses projetos já sabe que pode contar com o suporte da União Europeia. “Queremos apoiar estes projetos, como o que vi hoje, para que possam receber apoio financeiro da UE”, garantiu Kadri Simson. A comissária da Energia, que está de visita a Portugal, frisou que, para chegar à nova meta de 42,5% nas renováveis até 2030, “precisamos de todas as fontes de renováveis, incluindo a do vento, seja em terra ou offshore”.
EDP aguarda caderno de encargos do leilão
Em consórcio com a Engie, a EDP tem interesse em avaliar o caderno de encargos do primeiro leilão de energia eólica offshore, que o primeiro-ministro, António Costa, já disse que quer realizar até ao último trimestre deste ano, com o objetivo de atingir os 10 gigawatts de capacidade produzida por energia eólica offshore até 2030.
“Aguardamos para saber exatamente em que condições é que esse concurso vai ser lançado. Depois tomaremos a decisão de investir ou não – e em que condições. É preciso definir as zonas onde se pode investir, em que condições, quais é que são os critérios para a atribuição dessas zonas”, sublinhou ao ECO o presidente da EDP.
A secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, assegurou, em declarações prestadas aos jornalistas, que “os trabalhos técnicos estão a decorrer para que depois o leilão possa decorrer com segurança” e “envolvendo, necessariamente, as unidades locais neste esforço que é partilhado por todos”.
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