Negócio imobiliário de 230 milhões da Parvalorem volta a cair por terra
Venda da Imofundos e do fundo Imonegócios não atraiu investidores. A Parvalorem justifica o insucesso com regras menos flexíveis do concurso público, que não admitem ofertas abaixo do preço base.
A Parvalorem voltou a falhar a venda de uma carteira de imóveis avaliada em 230 milhões de euros e da respetiva sociedade gestora, depois de não ter recebido qualquer proposta no processo de alienação lançado no final do ano passado. Recorde-se que estes ativos foram herdados do BPN, banco nacionalizado em 2008.
A entidade liderada por Sofia Torres justifica o insucesso da operação com o facto de ter promovido a venda da Imofundos e do fundo Imonegócios através de um concurso público que, “nos termos do regime legal aplicável, se revelou constituir uma limitação à flexibilidade pretendida pelos investidores, nomeadamente a inserção de condições nas propostas”.
Foi mesmo “um fator determinante” no desfecho desta operação, salienta na resposta enviada ao ECO, “na medida em que, se encontrando o preço base fixado, os investidores não conseguiriam acomodar aquilo que seria o seu entendimento sobre a valorização dos ativos, e que na sua perspetiva apontariam para um desconto significativo”.
Em cima da mesa estavam 98,63% das unidades de participação do fundo imobiliário Imonegócios, propriedade da Parvalorem, com uma carteira imobiliária no valor de 227 milhões de euros, sendo que a maioria dos imóveis (67% do valor) se encontra arrendado, correspondendo a uma yield média de 6,9%.
Também estava à venda a totalidade do capital da sociedade gestora de fundos Imofundos, propriedade da Parparticipadas. Estes ativos foram parar às duas “Par” na sequência da nacionalização do falido BPN, há 15 anos.
Futuro em aberto
Este processo já esteve no mercado há dois anos, mas foi retirado ainda numa fase prematura. Agora, após nova tentativa de venda falhada, a Parvalorem – um dos três veículos criados para gerir os ativos problemáticos do BPN – adianta que se encontra “a analisar os diferentes cenários” para estes ativos.
As “Par” encontram-se em reestruturação. A Parups já foi absorvida pela Parvalorem e a Parparticipadas deverá seguir o mesmo caminho, assim que estiver “vazia”. O Banco Efisa já está em liquidação e os ativos vão passar para a Parvalorem. Falta saber qual o futuro para a Imofundos.
A Parvalorem pode ficar a tomar conta da sociedade gestora? “É um cenário possível”, admite a entidade liderada por Sofia Torres, com a expectativa de que o arrastar do processo da Imofundos e do Imonegócios não atrase a liquidação da Parparticipadas.
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