“O nosso compromisso é tornar Portugal o nosso maior hub tecnológico”, diz coCEO da Autodoc

Retalhista online alemã de peças e acessórios para veículos já tem mais de 100 pessoas em Portugal e até ao final do ano quer chegar às 200. Para já tem 50 ofertas de emprego por preencher.

A empresa alemã Autodoc acaba de abrir um hub tecnológico em Portugal e, até ao final do ano, conta contratar 100 pessoas, elevando para 200 o número de colaboradores no país. “O nosso compromisso é tornar Portugal o nosso maior hub tecnológico como local de negócios. Estamos certamente a considerar expandir a nossa presença no país no futuro. Consideramos a abertura de uma localização em Lisboa como o nosso primeiro passo”, diz Sandra Drax, coCEO da Autodoc, ao ECO Trabalho.

Portugal já estava na mira dos planos de expansão da retalhista online de peças e acessórios para veículos, mas a guerra na Ucrânia acelerou a decisão de abertura. “Quando a guerra na Ucrânia começou, em fevereiro de 2022, diferentes países foram considerados para a realocação das nossas equipas pelo nosso conselho de administração. O nosso principal objetivo era oferecer um local de trabalho seguro a todos os funcionários afetados pela guerra. Isto diz respeito aos funcionários da Ucrânia, mas também aos funcionários de outros países, como Rússia e Moldávia”, começa por explicar Sandra Dax, CoCEO da empresa fundada há 15 anos em Berlim por Alexej Erdle, Max Wegner e Vitalij Kungel.

“Fizemos uma avaliação rigorosa com base em diferentes critérios e Portugal destacou-se, nomeadamente em fatores como a elevada qualificação de talentos ou a qualidade do ensino superior no país. Outros fatores que pesaram estão relacionados com a mentalidade empreendedora dos portugueses e, claro, com a qualidade e bem-estar que o país proporciona. Não poderíamos estar mais felizes com a nossa decisão”, continua.

Embora esta abertura “esteja intimamente relacionada com as consequências da guerra, como empresa em crescimento contínuo, já considerávamos Portugal como um possível local de negócios anteriormente“, ressalva Sandra Dax.

Fizemos uma avaliação rigorosa com base em diferentes critérios, e o país (Portugal) destacou-se, nomeadamente em fatores como a elevada qualificação de talentos ou a qualidade do ensino superior no país. Outros fatores que pesaram estão relacionados com a mentalidade empreendedora dos portugueses e, claro, com a qualidade e bem-estar que o país proporciona.

Motivos? “Portugal é amplamente conhecido por ter uma imensa reserva de talentos (tecnológicos) e, claro, por ser um destino atrativo para talentos globais. Lisboa é hoje uma das cidades mais procuradas por expatriados e startups de tecnologia. É uma cidade catalisadora e com uma boa relação qualidade – custo de vida, quando comparada com outras capitais europeias“, justifica.

Modelo híbrido de trabalho

Desde julho do ano passado que a empresa opera em Portugal, com os primeiros colaboradores a trabalharem maioritariamente a partir de casa ou em cowork. Agora prepara-se para abrir o seu hub tech em Portugal, no Lagoas Park, em Oeiras, a oitava localização da empresa na Europa.

Com cerca de 1.000 metros quadrados de espaço open space com vista para o mar, o nosso novo hub disponibiliza até 100 espaços de trabalho para acolher as mais de 100 pessoas que a companhia emprega em Portugal. Mas o objetivo é reforçar.

No momento temos mais de 50 vagas abertas. Estamos à procura de pessoas para as áreas TI/tech, atendimento ao cliente, revenue management e funções corporativas. Até o final do ano pretendemos contratar mais 100 pessoas. O objetivo é que tenhamos 200 novos funcionários no total até o final de 2023″, revela a CoCEO.

“Este valor não inclui o número de pessoas já realocadas de outros locais da empresa. No momento, mais de 20 pessoas já foram realocadas. A maioria deles da Ucrânia. No entanto, é seguro dizer que mais de 50 pessoas de diferentes localizações da empresa já sinalizaram o seu interesse em mudar-se para Portugal“, diz ainda. Hoje, a Autodoc emprega globalmente cerca de 8 mil pessoas.

Para o próximo ano, Sandra Dax não aponta estimativas. “Os nossos planos de contratação para 2024 dependerão fortemente de como este novo local de negócios se desenvolver no decorrer deste ano. Reagiremos em conformidade”, diz.

Os colaboradores irão encontrar uma “estratégia híbrida em termos de utilização do espaço”, modelo híbrido em que têm apostado desde a pandemia.

Sandra Dax, CoCEO da Autodoc

Lisboa hub de excelência

Sandra Dax classifica a abertura em Lisboa como um “marco importante para a estratégia da empresa em torno da inovação, foco no cliente e sustentabilidade”.

“Em Portugal, a qualidade e o potencial dos talentos disponíveis são impressionantes. Aqui, temos uma enorme oportunidade de construir um centro tecnológico robusto com uma mentalidade europeia. Embora o plano estratégico seja continuar a crescer e expandir os nossos centros operacionais e logísticos em toda a Europa, escolhemos Lisboa para ser o nosso hub de excelência com foco em engenharia de software, gestão de dados e análise, gestão de produtos, devOps, operações de clientes e marcas próprias, revenue management e negócios B2B“, diz Sandra Dax quando questionado sobre os serviços que serão prestados pelo hub em Portugal.

Com a integração de talento local, a “companhia pretende melhorar os produtos e serviços existentes e construir uma plataforma digital preparada para o futuro, levando a tecnologia automóvel a um novo nível de qualidade”, refere ainda.

A retalhista alemã opera em 27 mercados europeus, disponibilizando 5,2 milhões de produtos, de 1.800 fabricantes, para 166 marcas de carros, 23 marcas de pesados e 154 de motos. No ano passado gerou mais de 1,1 mil milhões de euros em vendas. Portugal gerou 24,3 milhões de euros em vendas, resultantes de 257 mil encomendas por 145 mil clientes.

Estamos certamente a considerar expandir a nossa presença no país no futuro. Consideramos a abertura de uma localização em Lisboa como o nosso primeiro passo, bem como o primeiro investimento.

A companhia não revela valores de investimento nesta aposta de “tornar Portugal o nosso maior hub tecnológico como local de negócio”, mas admite que poderá alargar a presença no mercado nacional.

“Estamos certamente a considerar expandir a nossa presença no país no futuro. Consideramos a abertura de uma localização em Lisboa como o nosso primeiro passo, bem como o primeiro investimento”, diz.

Se encontrarmos novos talentos de outras cidades, consideramos abrir novos escritórios. Vemos muito potencial de contratação aqui e, claro, vamos esforçar-nos para atrair os melhores talentos para nos ajudar a crescer este centro tecnológico, bem como a nossa empresa. O nosso grande objetivo é sermos competitivos nesta área com as maiores e principais empresas presentes em Portugal“, assegura.

Conheça melhor o novo hub:

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