Juros dos depósitos superam 1% pela primeira vez em oito anos
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares superou a fasquia de 1% pela primeira vez em oito anos, ao atingir 1,03% em abril.
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares superou a fasquia de 1% pela primeira vez em oito anos, depois de subir para 1,03% em abril, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.
Trata-se de um aumento — o sétimo consecutivo — de 0,13 pontos percentuais em relação ao mês anterior, atingindo a taxa mais elevada desde março de 2015, segundo o supervisor.
Apesar destas subidas, os depósitos bancários em Portugal continuam a oferecer uma remuneração pouco atrativa face à concorrência que existe no mercado para o mesmo nível de segurança, incluindo os novos Certificados de Aforro que arrancaram esta segunda-feira e rendem um máximo de 2,5% acrescido de prémios de permanência. Os anteriores certificados, oferecendo uma taxa de 3,5% e cuja subscrição encerrou na passada sexta, foram um dos principais concorrentes aos depósitos e até provocaram mossa nos bancos, que viram fugir 8 mil milhões das poupanças das famílias em quatro meses (janeiro a abril).
Juros dos novos depósitos superam 1%
Fonte: Banco de Portugal
Os juros subiram em todos os prazos dos depósitos. Segundo o Banco de Portugal, os novos depósitos com prazo até 1 ano foram remunerados, em média, a 0,95% (em comparação com os 0,88% em março). A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos foi de 1,29% (1,12% em março) e a dos novos depósitos acima de 2 anos foi de 1,12% (0,79% em março).
Quanto às empresas, os seus depósitos têm melhor remuneração em comparação com as famílias. A taxa média foi de 2,33%, subindo pelo terceiro mês seguido. Esta taxa tinha sido de 1,05% em janeiro, 1,50% em fevereiro e 1,98% em março.
Novo crédito à habitação já custa 4%
Os bancos têm sido muito criticados pela lentidão na forma como estão a refletir a subida dos juros nos depósitos, enquanto as taxas dos empréstimos dispararam no último ano — à boleia da subida das Euribor e do facto de 90% dos contratos de crédito à habitação estarem indexados a taxa variável.
Em relação aos novos empréstimos aos particulares, tiveram subidas em todas as finalidades. Na habitação, a taxa está praticamente nos 4% em abril, subindo dos 3,86% em março para 3,96%. No crédito ao consumo, a taxa média das novas operações aumentou de 8,43% para 8,695 e nos outros fins aumentou de 5,04% para 5,18%. “As taxas associadas ao crédito ao consumo e a outros fins foram as mais elevadas dos últimos oito anos”, nota o Banco de Portugal.
Em abril, o montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 1.531 milhões de euros, menos 775 milhões do que no mês anterior.
Nas empresas, pedir um novo financiamento custou uma taxa de 5,13% em abril, acima dos 5,11% do mês anterior. Esta subida reflete o aumento da taxa de juro média dos empréstimos até 1 milhão de euros (de 5,27% para 5,44%), apesar da descida verificada nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (de 4,97% para 4,76%).
(Notícia atualizada às 12h08)
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