Juros dos depósitos “têm margem para subir”, mas não devemos empurrar bancos “para problemas do passado”, avisa Centeno
Governador do Banco de Portugal considera que os bancos podem subir mais a remuneração dos depósitos bancários, mas avisou que a banca não pode ser empurrada para problemas que tiveram no passado.
Os juros dos depósitos estão a aumentar, mas o governador do Banco de Portugal considera que existe margem para subirem mais. Ainda assim, Mário Centeno avisou que não se pode ter “quimeras” em relação a esta matéria e que não podemos empurrar a banca para problemas do passado.
Em relação às novas condições dos Certificados de Aforro, que começaram a ser comercializados a partir de 2 de junho, o governador revela que não teve qualquer contacto com o Ministério das Finanças.
“Espero que as taxas de juro dos depósitos continuem a aumentar. Estão hoje em máximos de 15 anos. Ainda são baixas? Sim, têm margem para subir. Mas não podemos empurrar a banca para soluções que no passado só existiram por causa dos problemas que enfrentava”, referiu Mário Centeno na apresentação do Boletim Económico de junho.
O governador do banco central lembrou as dificuldades com que se debateram os bancos na crise de 2010, quando estavam muito pressionados a aumentarem as taxas para captarem depósitos tendo em conta a elevada alavancagem que tinham na altura.
Na altura, em março de 2010, a banca apresentava um rácio médio de transformação de depósitos em crédito de 160%. No final do ano passado, de acordo com dados do Banco de Portugal, esse indicador era de 78%.
Nessa medida, Mário Centeno acrescentou que os juros dos depósitos devem continuar a aumentar, “mas não podemos ter quimeras sobre esta matéria”. “Queremos uma banca sustentável que possa estar ao serviço do país, algo que até há pouco tempo não estava”, frisou. Neste ponto, o governador do Banco de Portugal recordou o nível de malparado que chegou a atingir os 16% em 2016 e está hoje nos 3%.
Em relação à decisão das Finanças de baixar a remuneração dos Certificados de Aforro, Mário Centeno adiantou que o supervisor “não teve nenhuma comunicação”, lembrando que o custo com os certificados são suportados pelo Orçamento do Estado.
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