“Não há ganhos” para o Santander Totta no acordo dos swaps

  • Rita Atalaia
  • 26 Abril 2017

O acordo conseguido entre o Governo e o Santander Totta no caso dos swaps prevê 2,3 mil milhões de euros de empréstimo do banco ao Estado. Mas o banco garante: "não há ganhos" para o Totta.

António Vieira Monteiro esclarece que “não há ganhos” para o banco Santander Totta no acordo que fez com o Estado português sobre os swaps tóxicos que as empresas públicas compraram ao banco. As partes desistiram dos processos em tribunal e o Executivo aceitou cumprir os contratos até ao fim, em troca de um desconto de cerca de 500 milhões de euros num empréstimo dado pelo próprio Santander. Um empréstimo que será feito através de financiamento bancário direito, adianta o presidente do Totta na apresentação dos resultados referentes ao primeiro trimestre.

Foi a 12 de abril que o Santander Totta e o Governo chegaram a acordo sobre os swaps. Mas este acordo não trará ganhos para o banco liderado por António Vieira Monteiro, afirma o presidente da instituição bancária, na apresentação dos resultados referentes ao primeiro trimestre. Mas não quis dar mais detalhes. “São contratos feitos com clientes. Estamos limitados. Por força da lei, não temos capacidade de dar essas informações. Essa informação tem de ser dada pelo Estado”, explica.

O acordo conseguido implica que o Estado português pague já ao banco 529 milhões de euros, que representam juros que já estavam vencidos, e manterá vivos os swaps cujo valor de mercado atual é de 1.119 milhões de euros, prevendo ir gerindo esse pagamento.

Mas o acordo prevê ainda 2,3 mil milhões de euros de empréstimo do Santander ao Estado para pagar os swaps. Um empréstimo que será feito através de “financiamento bancário direto”, explica o presidente do Santander Totta na apresentação dos resultados do banco. Mas quem é que propôs este acordo? “As duas partes caminharam nesse sentido e quiseram encontrar a melhor maneira de resolver esta situação”, adianta António Vieira Monteiro.

Sobre se os contratos com estas empresas públicas serão renegociados, António Vieira Monteiro cita o comunicado enviado pelo Governo às redações: o Estado português vai fazer com que as empresas “cumpram as sentenças já proferidas pelo tribunal de Londres que reconhecem a validade dos referidos contratos”.

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