BPI com prejuízos de 122 milhões no primeiro trimestre

A venda de 2% do BFA penalizou os resultados do BPI. Sem esta operação, o banco teria lucros de 90 milhões.

O BPI reportou prejuízos de 122,3 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. O resultado negativo reflete o impacto da venda de 2% do Banco de Fomento Angola (BFA). Sem esta venda, o banco teria registado lucros de 90 milhões.

A venda de parte do negócio em Angola e consequente desconsolidação desta entidade “reflete um impacto negativo de 212,3 milhões de euros”, esclarece o banco agora liderado por Pablo Forero num comunicado enviado à CMVM. Um resultado que levou o banco a registar um prejuízo de 122,3 milhões de euros no primeiro trimestre, em comparação com lucros de 45,8 milhões no mesmo período do ano passado.

A instituição financeira esclarece que quando se exclui esta alienação, o lucro líquido consolidado ascende a 90 milhões de euros, com contributos de 43,8 milhões de euros da atividade doméstica (7,9 milhões no período homólogo) e de 46,2 milhões de euros da atividade internacional (37,9 milhões no período homólogo).

Foi em janeiro deste ano que o BPI concretizou a venda de 2% do BFA à Unitel, que se “destinou a solucionar a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos com que o banco BPI estava confrontado, resultante da exposição do BFA a dívida pública angolana”, relembra o BPI.

No mercado nacional, é de destacar o crescimento da margem financeira de 7,1%, para os 6,7 milhões de euros. “A evolução positiva da margem financeira é explicada principalmente pela redução do custo dos depósitos a prazo”, refere. Já as comissões cresceram 2,8% no primeiro trimestre.

Por outro lado, as imparidades e as provisões resultaram num impacto positivo no resultado de 6,3 milhões de euros. “Recuperaram-se 6,2 milhões de euros de crédito e juros vencidos anteriormente abatidos ao ativo e despesas”, explica o banco.

Os rácios de capital também estão mais fortes. O rácio CET1, com as regras aplicáveis em 2017, ficou nos 11,9%. Já o CET1, com as regras totalmente implementadas, situou-se nos 10,8%.

Nos primeiros três meses do ano, o banco também conseguiu reduzir os custos de estrutura. Em relação à atividade do banco em França, os custos com pessoal, excluindo reformas antecipadas e indemnizações, caíram 8,5% (o equivalente a 6,2 milhões de euros), para um total de 66,8 milhões, fruto da redução em 6,7% do número de trabalhadores dos quadros. Ao todo, saíram do BPI 394 trabalhadores neste primeiro trimestre.

(Notícia atualizada às 19h30 com mais detalhes)

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