EDP Renováveis quer antecipar projetos e atingir recorde em 2024
Os responsáveis da EDPR falam em dificuldades temporárias que estão a afetar o desempenho semestral e anunciam a antecipação de projetos.
A EDP Renováveis espera antecipar alguns projetos, tornando 2024 num ano recorde em número de projetos lançados. Essa aceleração dar-se-á sobretudo na Europa, compensando alguns atrasos sobretudo nos Estados Unidos.
“Estamos a antecipar alguns projetos do período 2025-2026 para o período 2024-2025” e “em 2024 teremos um número recorde de projetos a serem entregues ao longo do ano, com certeza”, afirmou o CEO da EDP e EDP Renováveis, Miguel Stilwell d’Andrade, numa chamada com analistas no rescaldo da apresentação de resultados da empresa.
A aplicação da Diretiva das Energias Renováveis na Europa ajudou a “desbloquear” vários projetos, indicou Stilwell. “Esperamos dar visibilidade adicional em relação a negócios de rotação de ativos atrativos nas próximas duas semanas“, adiantou, ainda.
“Trimestre difícil” mas boas perspetivas
Os lucros da EDP Renováveis caíram 70% nos primeiros seis meses deste ano, para 80 milhões de euros, reportou a empresa em comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Stilwell admitiu que a empresa viveu um “trimestre difícil” mas o responsável pela área financeira, Rui Teixeira, espera que as dificuldades sejam temporárias e que não tenham impacto nas perspetivas de médio prazo.
Por exemplo, a baixa produção eólica nos Estados Unidos, em resultado do fenómeno El Niño nos Estados Unidos, teve um impacto negativo no trimestre, mas não deverá ter impacto no valor a longo prazo dos ativos. A produção eólica abaixo da média teve um impacto negativo no EBITDA de 80 milhões de euros no primeiro semestre.
Questões regulatórias na Roménia e na Polónia retiraram 34 milhões de euros ao EBITDA no período, mas a empresa espera que o impacto seja diluído ao longo do ano tendo em conta a evolução dos preços no mercado grossista e uma vez que a situação na Polónia deverá terminar no final de 2023. Também em Espanha alterações regulatórias tiveram um impacto de 52 milhões de euros.
Por fim, também a prejudicar foram os custos com os atrasos dos projetos nos Estados Unidos e Colômbia, que a EDP Renováveis quantifica em 41 milhões de euros de impacto no semestre.
Rui Teixeira indicou que não espera que estes fatores se mantenham nos próximos anos e conta que sejam contrabalançados pelos ganhos com a rotação de ativos, que se concentrarão na segunda metade do ano. A estimativa é que estes negócios permitam encaixar 300 milhões de euros este ano.
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