Apanhei Covid, e agora? Um guia para quem está doente em 2023
A Covid é equiparada a outras doenças respiratórias. No entanto, e com a época de outono-inverno a aproximar-se, há alguns cuidados a ter em conta. O ECO preparou um guia com 8 respostas sobre o tema.
Desde outubro do ano passado que a Covid-19 é equiparada a outras doenças respiratórias. No entanto, com os casos de infeção a subir e com a época de outono-inverno a aproximar-se, há alguns cuidados e recomendações que deve ter em conta, tal como para outros vírus respiratórios.
O ECO preparou um guia com oito perguntas e respostas sobre o tema.
Testei positivo à Covid. Posso ir trabalhar?
Pode, mas não deve. Com o fim do estado de alerta associado à pandemia, a Covid-19 passou a ser equiparada a outras doenças, pelo menos em termos legais. Nesse sentido, deixou de ser obrigatório o isolamento. No entanto, o ideal será contactar a entidade patronal e “discutir as
opções disponíveis como trabalhar a partir de casa”, sublinha a Direção-Geral da Saúde (DGS) numa nota explicativa. A ideia é cortar eventuais cadeias de transmissão.
Mas preciso mesmo de ir ao supermercado. Quais os cuidados a ter?
Tal como acontece com outras doenças, se tiver que sair de casa enquanto tem sintomas deve evitar o contacto com outras pessoas, “sobretudo as que saiba terem um risco elevado de adoecerem com gravidade”, nomeadamente os mais idosos ou doentes crónicos. Além disso, segundo a DGS, deve usar máscara cirúrgica, evitar locais com grandes aglomerados de pessoas, “como os transportes públicos, qualquer local fechado ou mal ventilado” e se realizar alguma atividade física deve fazê-la ao “ar livre ou em locais onde não entre em contacto próximo com outras pessoas”.
Estou com Covid. Posso pedir baixa pelo SNS?
Com o fim do estado de alerta, a linha SNS 24 deixou também de passar requisições para testes de despiste e as baixas por Covid-19 passam a ser pagas de forma semelhante às baixas médicas por outras doenças. De sublinhar que desde maio deste ano, o SNS24 passou a emitir baixas por doença, sendo que estas não podem ultrapassar os três dias consecutivos e estão limitadas a duas vezes por ano.
Sou a única pessoa cá de casa com Covid. Que cuidados devo ter?
Tal como acontece para os outros vírus respiratórios, enquanto estiver doente, há o risco de transmissão da doença às pessoas com quem convive, sobretudo às que vivem consigo. Nesse sentido deve tomar alguns cuidados, nomeadamente: manter distância das pessoas que vivem consigo; reduzir o tempo que passa em áreas partilhadas; usar máscara sempre que esteja em zonas partilhadas ” especialmente se viver com pessoas com imunossupressão, mesmo que estejam vacinadas”; arejar e ventilar os espaços, nomeadamente abrindo as janelas; lavar frequentemente as mãos e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, entre outros.
A DGS recomenda ainda, que, sempre que possível, “peça ajuda às pessoas que vivem consigo”, pedindo que “lhe tragam comida de forma segura, para evitar o contacto desnecessário” e que “limpe as superfícies tocadas com frequência e divisões e equipamentos partilhados, como cozinhas e casas de banho, maçanetas e comandos”, lê-se.
E durante quanto tempo devo minimizar os contactos?
De acordo com a DGS, “muitas pessoas com Covid-19 não são infecciosas após 5 dias”, pelo que se testar positivo deve minimizar “o contacto com outras pessoas, durante pelo menos 5 dias de sintomas”. Além disso, deve seguir as recomendações acima referidas.
Apanhei Covid há 15 dias. Posso levar o reforço sazonal?
Não. A campanha de vacinação sazonal vai arrancar a 29 de setembro e decorrer em simultâneo com a da gripe, sendo ambas gratuitas para todas as pessoas com mais de 60 anos e para outros grupos prioritários que ainda serão definidos pela DGS. De acordo com as recomendações da DGS, a administração da vacina Covid deve ser feita com intervalo mínimo de três meses em relação à infeção ou última vacinação.
Quem são as pessoas com um risco mais elevado de desenvolver doença grave com vírus respiratórios?
Os idosos, as grávidas, os recém-nascidos, as crianças com menos de 2 anos, com patologia cardíaca, os não vacinados, pessoas com imunossupressão e pessoas com doença crónica estão entre os que têm maior risco de desenvolver complicações devido a infeções das vias respiratórias.
Por isso, e no que toca especificamente aos doentes crónicos, o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) aconselha o doentes a “controlar todas as patologias”, nomeadamente “cumprindo com a medicação que lhe está prescrita”, bem como tendo cuidado com a sua vida em termos de atividade física, alimentação e exposição a riscos”. “E é extremamente importante que quem for selecionado como grupo de risco, que possa promover a sua vacinação regularmente contra a Covid“, afirma Gustavo Tato Borges, em declarações ao ECO.
Que cuidados devo ter em conta para esta época do outono-inverno?
Os especialistas ouvidos pelo ECO relembram que, apesar da mudança de paradigma, é importante “a perceber que o vírus circula e que a Covid-19 não desapareceu do mundo”, pelo que não devemos esquecer os cuidados aprendidos durante a pandemia e devemos estar atento aos sinais. E isto, claro, funciona para a Covid-19, mas também para qualquer outro vírus respiratório.
“Se tivermos com sintomas respiratórios, aquela síndrome gripal, de mal estar, devemos usar máscara, evitar o contacto próximo com as pessoas que estão à nossa volta de maneira a minimizarmos a possibilidade de transmitir a infeção e cumprir com as regras de etiqueta respiratória e de lavagem das mãos”, sintetiza o presidente da ANMSP.
Para pessoas que são risco, acho que em determinados espaços, nomeadamente recintos fechados e transportes públicos, devem proteger-se com máscara“, acrescenta Manuel Carmo Gomes, epidemiologista e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Por outro lado, “é preciso ter a noção que a ventilação em espaços fechados permite fazer com que o controlo da propagação seja um bocadinho mais efetivo”, adianta Bernardo Gomes, médico de Saúde Pública e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), ao ECO, sublinhando que é necessário apostar num “compromisso coletivo sereno de quando temos momentos epidémicos de transmissão de doenças respiratórias” e que nestas alturas deve “haver alguma modificação de atitudes”.
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