Sonae “oficializa” critérios de sustentabilidade nas decisões de investimento e gestão

Nova estratégia de sustentabilidade da Sonae até 2026 formaliza critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), que passam também a guiar os “processos robustos de avaliação dos fornecedores".

Todas as decisões de investimento e de gestão da Sonae vão passar a seguir critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), que a partir da aprovação da nova estratégia de sustentabilidade para o quadriénio 2023-2026 com a qual pretende “liderar através de uma gestão responsável, ética e transparente”, são introduzidos formalmente e “privilegiados” nas deliberações sobre o portefólio atual e futuro do grupo.

Além de adicionar “critérios ESG sistémicos na due dilligence dos investimentos, procurando desta forma investir em negócios com elevados níveis de sustentabilidade”, o grupo liderado por Cláudia Azevedo quer que os vários negócios assegurem cadeias de abastecimento social e ambientalmente responsáveis, “garantindo processos robustos de avaliação dos seus fornecedores e parceiros” com base nesses requisitos, e desenvolver “planos de sensibilização e partilha de boas práticas a fornecedores e prestadores de serviços”.

Vamos procurar tomar decisões cada vez mais ousadas, nomeadamente quando adquirimos novos negócios e tentamos influenciar as cadeias de valor das nossas empresas.

João Günther Amaral

Administrador da Sonae

“Vamos procurar tomar decisões cada vez mais ousadas, nomeadamente quando adquirimos novos negócios e tentamos influenciar as cadeias de valor das nossas empresas. A renovada estratégia de sustentabilidade demonstra a ambição e crença do impacto positivo que podemos ter no planeta e na comunidade, assente na nossa forma de estar nos negócios: fazendo o que está certo”, aponta João Günther Amaral, membro da Comissão Executiva da Sonae, sublinhando que “os atuais desafios da sociedade em matérias ESG são incontornáveis e todos precisamos de agir com urgência”.

João Günther Amaral, membro da Comissão Executiva da Sonae

Fechado o anterior plano de sustentabilidade, com o qual diz ter reduzido as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 24% entre 2018 e 2022, aumentado para 80% o nível de embalagens plásticas recicláveis de produtos de marca própria, alcançado a meta de ter 39% dos cargos de liderança ocupados por mulheres e triplicado em quatro anos os apoios sociais concedidos, que superaram 31 milhões de euros no ano passado, a dona do Continente apresentou esta terça-feira a estratégia de sustentabilidade para o novo quadriénio, que serve cada uma das empresas, mas “respeita a sua autonomia e especificidade setorial”.

Além da gestão com critérios ESG, confira os outros quatro pontos principais do plano de sustentabilidade da Sonae, que no primeiro semestre deste ano viu os lucros caírem 42% em termos homólogos, para 69 milhões de euros.

Acelerar a descarbonização

O novo plano reafirma o compromisso da Sonae em alcançar a neutralidade carbónica das operações até 2040 e em “agir proactivamente” para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa na cadeia de valor, notando que as ações de mitigação e adaptação às alterações climáticas definidas serão complementadas pela compensação de emissões inevitáveis. Diz que vai reforçar a aposta na investigação e desenvolvimento para acelerar a transição energética para fontes renováveis, reduzindo a dependência de recursos fósseis e aumentando gradualmente a autonomia energética a partir de fontes renováveis.

Valorizar a biodiversidade e a água

Comprometendo-se a atuar para evitar e reduzir os impactos das suas atividades empresariais nos ecossistemas naturais, ao longo da cadeia de valor, os vários negócios prometem empenhar-se em “[procurar] travar e reverter a perda de biodiversidade até 2030, assegurar zero desflorestação nas operações e na cadeia de abastecimento, e agir na proteção e na eficiência da utilização dos recursos hídricos.

Painéis solares instalados na sede da Sonae, na Maia

Promover a circularidade

Aumentar a circularidade dos negócios, promovendo novos modelos de produção e consumo em que os resíduos e a poluição são progressivamente eliminados, a vida dos produtos, subprodutos e materiais é prolongada, e os sistemas naturais são preservados e regenerados. Este é outro dos elementos centrais na nova estratégia, visando “, assegurar o aumento da circularidade dos produtos e serviços, garantir a valorização dos resíduos e fomentar o ecodesign nas embalagens de produtos de marca própria”.

Potenciar o Desenvolvimento Humano

O grupo nortenho explicita ainda o empenho em garantir um ambiente de igualdade, inclusão, diversidade e bem-estar na organização, assim como “assegurar a transição justa e a valorização dos colaboradores” ao investir no seu desenvolvimento profissional, reskilling e upskilling. No que toca às comunidades locais, além de contribuir para a “eliminação da pobreza nas suas diversas formas”, particulariza a aposta na educação como promotora de igualdade, com a liderança do programa europeu R4E e a aceleração do programa nacional PRO_MOV, focados na requalificação para os empregos do futuro.

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