Investidores contidos com vitória de Macron. C’est la vie
A primeira reação dos mercados após eleições francesas foi contida. A bolsa de Paris até abriu em perda. Os analistas justificam que investidores já tinham descontado cenário de Macron no Eliseu.
Contida e sem grandes euforias. Os investidores receberam a vitória a Emmanuel Macron nas eleições francesas com pouco entusiasmo. Descontentes com resultados? Não. Foram descontados os resultados na semana passada, justificam os analistas em relação ao comportamento tímido do mercado observado na manhã desta segunda-feira.
“A vitória de Macron é boa para a União Europeia, mas as iminentes eleições legislativas vão determinar quão eficaz pode ser esta vitória”, diz a Allianz Global Investors. “Apesar da incerteza sobre a Itália, os investidores devem poder agora concentrar-se mais no lado económico positivo da história europeia. Com um desemprego e números da produção em melhoria, os ativos na Europa devem continuam a apresentar melhores desempenhos que os ativos globais; prevê-se ainda um reforço do euro”, acrescenta.
“O recente comportamento dos mercados já tinha descontado uma vitória de Macron, limitando agora um ulterior rally”, referem os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa.
Paris lidera perdas nas ações
No centro financeiro de França, onde se esperava maior entusiasmo, o cenário é diferente. O principal índice parisiense, o CAC-40, cede 0,61% para 5.398,16 pontos, liderando quedas nas bolsas europeias. Trata-se de uma ligeira correção em baixa após as valorizações de 3,13% e 4,11% nas últimas duas semanas. Acompanham nas perdas outras principais praças do Velho Continente, casos do DAX-30 de Frankfurt (-0,05%), do FTSE-Mib de Milão (-0,47%) ou do Ibex-35 de Madrid (-0,43%). Em Lisboa, o início é positivo para o PSI-20.
Juros franceses descem, juros portugueses sobem
No mercado secundário de dívida, se os juros da dívida francesa estão em queda, com a taxa a dez anos a ceder para 0,84%, em Portugal existe uma tendência de relativo agravamento das taxas. A yield associada às obrigações a dez anos sobe quase seis pontos base para 3,45%, antes de o IGCP proceder ao primeiro leilão do ano nesta maturidade na próxima quarta-feira. Diz o Barclays que muito já tinha sido descontado nos spreads das obrigações europeias. “O sentimento bearish (em baixa) em duração tem espaço para se manter a médio prazo, dependendo do Banco Central Europeu (BCE) e do cenário macroeconómico”, salientam os analistas daquele banco. Da parte do Citigroup, alerta-se para a periferia com a “tapering do BCE que pode estar já a acontecer, enquanto o próximo risco político em Itália começa a escalar”.
Euro trava contra o dólar
A moeda única está a perder terreno face às principais divisas mundiais, incluindo o dólar norte-americano, contra o qual cede 0,3% para um patamar inferior aos 1,10 dólares, num movimento de tomada de mais-valias em torno do euro. “O euro fica em posição de venda acima dos 1,10 dólares, à medida que a liderança sénior do BCE com Draghi e Praet continuam cautelosos em relação às perspetivas para a inflação na zona euro, enquanto os dados do emprego nos EUA sugerem que a Fed vai continuar a subir juros”, referiu Mansoor Mohi-uddin, da NatWest Markets.
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