Índice do medo cai para mínimos desde 1993

Vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais francesas reforçou confiança dos investidores. O índice VIX, que mede a volatilidade das bolsas americanas, caiu para o nível mais baixo em mais 20 anos.

Depois da vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas no passado fim de semana ter dissipado um dos principais receios dos investidores no plano político em 2017, a tranquilidade tomou conta do mercado de ações. Em Wall Street, o índice que mede a volatilidade das cotações das empresas do S&P 500 caiu para o nível mais baixo desde 1993.

O VIX caiu mais de 7% na sessão desta segunda-feira. Trata-se do nível mais baixo desde que este índice que mede o medo dos investidores foi criado, há mais de duas décadas. Na Europa, o índice que calcula a volatilidade do Stoxx 50, o Vstoxx, acompanhou a queda mas para o valor mais baixo desde meados de março deste ano.

“A complacência voltou tão rapidamente que começamos a sentir como se estivéssemos 2005-06, quando nada parecia perturbar os mercados internacionais”, escreveu George Gonçalves, estratego do Nomura, numa nota aos clientes.

A volatilidade baixou de forma considerável sobretudo depois da primeira volta das eleições em França, em que ficou reforçada a candidatura de Macron ao Eliseu, afastando a Frente Nacional de Marine Le Pen da liderança da presidência francesa. A expansão dos movimentos populistas, que Le Pen encarna em França, era um dos principais pontos de stress para os investidores, que recentram novamente atenções numa das melhores temporadas de resultados numa década e nos sinais de crescimento económico.

Investidores sem medo

Fonte: Bloomberg (valores em pontos)

Noutros mercados também reina a tranquilidade. A volatilidade nas obrigações norte-americanas baixou 24% no último mês, estando agora ao nível mais baixo desde outubro, de acordo com o índice do Merrill Lynch que calcula os altos e baixos dos preços dos contratos de opções. No mercado cambial, o índice do JPMorgan Chase que acompanha as moedas do G-7 evolui ao nível mais baixo em mais de dois anos.

"A complacência voltou tão rapidamente que começamos a sentir como se estivéssemos 2005-06, quando nada parecia perturbar os mercados internacionais.”

George Gonçalves

Nomura

“A tomada de riscos começou a deteriorar-se no início do ano com alguma ambiguidade em torno da “Política de Raiva” a afastar algum apetite pelo risco”, referiram os analistas do Barclays. “A resolução de riscos de curto prazo, sem que haja agora qualquer tema importante ou acontecimento de risco, deverá aumentar a atividade bolsista, baixando a volatilidade”, acrescentaram.

É neste cenário de maior interesse dos investidores por ativos com maior risco que algumas das principais bolsas europeias acumulam valorizações de dois dígitos desde o início do ano e deixam o PSI-20, o principal índice português, a conviver com o touro. Lisboa soma mais de 10% em 2017 e mais de 20% desde o mínimo do último semestre.

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