Economia da zona euro encolheu 0,1% no terceiro trimestre. Portugal é o quarto país com pior desempenho

Economias da zona euro registaram uma contração de 0,1% no terceiro trimestre em cadeia. Em Portugal, o PIB caiu mais (-0,2%), mas há três economias que tiveram um desempenho ainda pior.

Irlanda, Áustria e República Checa foram as três economias europeias que registaram uma contração mais significativa no terceiro trimestre face aos três meses anteriores. Superiores ao valor médio da zona euro que também diminuiu 0,1%, segundo os dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat. Portugal, a par da Estónia, teve uma contração de 0,2%, o quarto pior desempenho entre as economias para as quais já há dados disponíveis — e superior a média do espaço da moeda única.

Já no conjunto da União Europeia foi registado um crescimento em cadeia de 0,1%. Em termos homólogos tanto as economias da zona euro, como da União Europeia, registaram um crescimento de 0,1% e, neste caso, Portugal foi o país que registou o crescimento mais significativo (1,9%). Em segundo lugar surge a Espanha com uma progressão de 1,8%.

O crescimento homólogo de 0,1% surge após uma progressão de 0,5% no trimestre anterior, no caso da zona euro e de 0,4% na UE. A economia europeia, em ambos os casos, está a desacelerar desde o primeiro trimestre de 2022 quando cresceram respetivamente 5,4% e 5,6%.

 

De acordo com a estimativa rápida conhecida esta terça-feira, e que tem dados apenas para 13 economias, e que ainda serão alvo de futuras revisões, em termos homólogos, Portugal foi o país que mais cresceu (1,9%), seguido de Espanha (1,8%) e Bélgica (1,5%). Em sentido contrário, o pior desempenho face ao terceiro trimestre anterior, foi da Irlanda, com uma contração de 4,7%, seguida da Estónia (-2,5%) e Áustria e Suécia (-1,2%).

O desempenho das economias europeias foi inferior ao esperado pelos economistas e, a par com a desaceleração da inflação, retira pressão ao Banco Central Europeu para aumentar as taxas de juro. “Com a zona euro a atingir um valor nada inspirador de -0,1% no trimestre, há a sensação de que o aperto na política monetária levado a cabo ao longo do ano passado conduziu ao tipo de aterragem suave e ambiente desinflacionista que o BCE tem desejado”, diz Joshua Mahony, analista chefe de mercados na Scope Markets, citado pela Reuters. “A esperança do BCE é que não vejamos a economia enfraquecer a ponto de ficarem sob pressão antes de a inflação ficar sob controlo”, acrescentou.

Já Kamil Kovar, economista da Moody’s Analytics, considera que a zona euro está a estagnar sendo que o crescimento regista está longe de ser saudável, mas também não estamos perante uma recessão, “o que deixa bastante espaço para que tanto otimistas como pessimistas vejam o que querem ver”. O economista frisa que é preciso não esquecer que a procura interna teve o melhor trimestre do ano, com o consumo e o investimento a contribuírem positivamente para o crescimento

(Notícia atualizada com mais informação)

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