PIB: PSD reclama crédito, CDS com dúvidas. E o PCP também
O crescimento de 2,8% deixou todos satisfeitos, mas cada um faz a sua leitura. O PSD reclama crédito pelas medidas, o CDS duvida da sustentabilidade. E o PCP pede "prudência".
Ninguém ficou indiferente ao forte crescimento da economia nacional no arranque do ano. Desde o Presidente da República ao primeiro-ministro, António Costa, mas também à oposição, todos se congratulam com os 2,8%. Mas o PSD defende que só houve este crescimento devido às suas políticas, isto ao mesmo tempo que o CDS alerta para o risco de o ritmo não ser sustentável. Até o PCP pede “prudência”.
“Estamos contentes com a recuperação do PIB [Produto Interno Bruto] neste trimestre, que se deve às reformas realizadas pelo anterior Governo, à conjuntura internacional e na União Europeia mais favoráveis”, declarou à Lusa a deputada social-democrata Inês Domingos. Estes valores refletem “o esforço das empresas e das famílias que levaram a economia para a frente, apesar de o Governo ser inerte e ter revertido reformas”.
"Esperamos que a economia continue a crescer a um ritmo superior a dois por cento para tentar recuperar uma parte do que foi perdido.”
A deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto também salientou que os números “são positivos e isso é positivo para o país e com aquilo o que for positivo com certeza o CDS se congratula”, mas tal como a deputada social-democrata, também lembrou os receios quanto à sustentabilidade do crescimento.
“Esperamos que a economia continue a crescer a um ritmo superior a dois por cento para tentar recuperar uma parte do que foi perdido”, disse Inês Domingos. “Oxalá este seja um modelo sustentado”, refere a deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto. “É preciso apostar nas exportações e no investimento público e não se comprometa o investimento público e não se inviabilizem reformas que permitiram que se chegasse aqui e que não é de agora”, declarou.
Enquanto PSD e CDS olham para o passado para explicar o crescimento atual, deixando alertas, o PCP explica o resultado com o corte que o atual Executivo, liderado por António Costa, fez com as políticas do anterior governo. Estes “dados inseparáveis da inversão com o rumo imposto pelo governo PSD/CDS e das medidas, ainda que limitadas, de reposição e conquista de direitos e rendimentos”, dizem os comunistas em comunicado.
O Bloco de Esquerda, através de Mariana Mortágua, considera também que este número derrota as políticas da direita. “O projeto político de PSD e CDS faliu, está provado que não funciona, e compreende-se assim algum desespero nas reações destes dois partidos”, referiu. “É tempo de recuperar o investimento perdido e a par da devolução de rendimentos, por exemplo, no IRS, essa é uma das prioridades do BE para o próximo ano”, nota.
O PCP salienta, no entanto, que “os números agora conhecidos, dos que não se conformam com a derrota do governo anterior e da sua política, devem entretanto ser lidos com a prudência que resulta de uma conjuntura internacional favorável (designadamente baixo preço do petróleo, desvalorização do euro e baixas taxas de juro) e de não estarem solidamente sustentados numa trajetória de crescimento económico liberto dos constrangimentos que se colocam à soberania nacional”.
(Notícia atualizada às 18h38 com a reação do Bloco de Esquerda)
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