BRANDS' ECOSEGUROS Seguros em 2024 -“let’s look at the trailer”

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 22 Dezembro 2023

2023 trouxe enormes desafios ao setor, que vão desde efeitos das condições climatéricas, modernização tecnológica, escassez de talento, riscos cibernéticos, movimentos de concentração e tantos outros.

O setor Segurador vai tentando encontrar respostas para estes problemas acima e antecipar novas tendências – só assim se consegue valor acrescentado para os clientes e se vai criando espaço para novos atores no setor: veículos de capital, Seguradoras, MGA’s, Mediadores especializados, Insurtechs, enfim, há para todos os gostos. Para 2024 é expectável que nada disto mude radicalmente.

Os grandes sismos da Turquia / Síria e Marrocos, todos em 2023, trouxeram receios acrescidos aos resseguradores para o risco Português, bem como varreram algum do capital disponível para esta cobertura. Com menos capital disponível baixam-se capacidades e, baixando-se capacidades, sobem-se os preços: é a lei da oferta e da procura e, neste caso, não são boas notícias.

O ramo dos Patrimoniais será, assim, dos poucos ramos em que o Hard Market teima em não nos largar, podendo-se esperar, ainda, e ao fim de tantos anos, ligeiras subidas, principalmente nos riscos mais expostos aos sismos. De esperar ainda que as Seguradoras continuem a ser bastante seletivas na aceitação, obrigando vários Segurados a um esforço financeiro do lado da melhoria das proteções e qualidade da construção.

As metas ESG que as Seguradoras têm para cumprir, ainda que os critérios sejam ainda pouco uniformes, acentuam essa seletividade pois, normalmente, riscos mais gravosos traduzem-se em mais emissões de carbono. Tudo isto é difícil de explicar a clientes que são empurrados para este jogo de se modernizarem ou, a longo prazo, colocarem a sua sobrevivência em risco.

Do lado tecnológico as inovações são mais que muitas, muitas passando pela robótica, sendo um jogo em que quem se atrasar corre o risco de ser mais ineficiente do que os seus concorrentes. Vão aqui continuar a emergir estruturas mais pequenas e, portanto, mais ágeis como as MGA’s e Insurtechs, que têm maior capacidade de rápida adaptação a projetos inovadores.

Gonçalo Baptista, diretor-geral Innovarisk

O Cyber, em 2023, finalmente trouxe boas notícias com preços a baixarem, sem que isso se tenha traduzido ainda em crescimento muito significativo do mercado. Em Portugal o processo costuma ser lento, a cultura de gestão de risco é baixa e mesmo neste caso em que falamos da preocupação nº1 citada numa parte significativa dos estudos sobre preocupações dos empresários, assim tem sido. Espera-se que a descida de preços contribua para estarmos todos mais bem protegidos neste risco tão sensível e de possível severidade tão elevada. E que 2024 seja o início de um ciclo mais virtuoso de proteção.

Do lado bom parecem também haver sinais do lado da inflação, o maior imposto escondido da economia. Assim os riscos políticos o permitam e tem-se conseguido o movimento descendente, apesar de tanta turbulência.

Por fim, uma palavra para a escassez de talento. Olhamos frequentemente para isto como uma coisa má, mas há um lado bom que é inegável e que nos devia deixar a todos satisfeitos e que se reflete em três aspetos:

  1. Estamos a conseguir substituir trabalho não especializado por trabalho especializado, criando essa maior procura por talento;
  2. Estamos a ter algum sucesso na formação dos talentos, de outra forma não se tornavam apetecíveis no mercado;
  3. Finalmente, a subida de salários, sendo um problema para as empresas, é uma coisa boa para os colaboradores. Portugal precisa desesperadamente de uma classe média alta, preferencialmente que não pague impostos como se fossem multimilionários, e devemos todos ficar satisfeitos se o setor Segurador criar mais trabalhadores qualificados e condições para pagar mais salários competitivos. Bem sabemos que há hoje uma infinidade de ferramentas para atrair talento para o Setor, mas é difícil que isso aconteça sem salários competitivos. “É a economia estúpido”: ou formamos mais e melhores ou não conseguimos concretizar as nossas ambições.

Nos seguros a época quente é o 1 de Janeiro e chegamos a esta altura do ano já com uma perspetiva bastante razoável de como vai correr o ano seguinte, por isso o verdadeiro desafio é antever o 2025 e não o 2024. Não me atrevo a tanto, não confio na bola de cristal cá de casa e teria que ter comprado uma apólice de Erros&Omissões. Das boas.

Gonçalo Baptista, diretor-geral Innovarisk

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