Horta Osório: Carlos Costa foi o único a ter “a coragem de enfrentar Ricardo Salgado”
O presidente do Lloyds Bank destacou, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, a coragem de Carlos Costa na gestão do dossier BES, dizendo que "não se pode confundir o polícia com o ladrão".
Horta Osório, presidente do Lloyds Bank, saiu em defesa de Carlos Costa e enalteceu o papel como Governador do Banco de Portugal, na gestão do dossier BES. Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, o banqueiro português que está à frente dos destinos do banco britânico defendeu que o Governador do Banco de Portugal foi o único a ter “a coragem de enfrentar Ricardo Salgado”, acrescentando que “não se pode confundir o polícia com o ladrão”.
“É fácil acertar no totobola à segunda-feira. Ninguém discute que a supervisão podia ter feito coisas melhores, nem o próprio Governador, mas eu gostava de destacar que o Senhor Governador teve um papel fundamental no que se passou em relação a prevenir problemas maiores no Grupo Espírito Santo”, afirmou Horta Osório quando questionado sobre “falhas” da supervisão. “Os problemas foram muito significativos e o governador teve a coragem, naquela altura em que ninguém levantava a voz, apesar de alguns agora virem dizer que levantaram. Foi ele que tomou medidas frontais no sentido de tentar limitar ao máximo os problemas que estavam a acontecer. Não foi possível evitar a queda do banco, mas penso que teve um papel fundamental em efetuar as mudanças que foram implementadas há cerca de três anos”, acrescentou o banqueiro.
Relativamente à CGD, António Horta Osório considerou que “houve erros graves” na gestão do banco público e que os “contribuintes têm o direito de saber onde se gastou o dinheiro”. “Houve erros muito significativos na CGD anteriormente e acho que seria lamentável que não houvesse os resultados da investigação que se disse que ia acontecer e que ficasse claro que responsabilidades foram, quem emprestou o quê a quem, porque, repito, o dinheiro não é dos acionistas, é dos contribuintes e estes têm o direito de saber como é que o seu dinheiro e o seu banco foi utilizado e as pessoas devem ser responsáveis perante aquilo que fizeram”, defende o banqueiro português.
Na entrevista António Horta Osório elogiou ainda o trabalho que o atual Governo de António Costa está a fazer. “A minha avaliação global é que o governo, num curto espaço de tempo, tem vindo a ter um desenvolvimento positivo que eu espero que continue”. Contudo, Horta Osório salientou que os resultados positivos se devem, em parte, graças “ao trabalho feito pelo governo anterior”. “Gostava de destacar que o que o Governo tem vindo a desenvolver foi facilitado pelo bom trabalho que o Governo anterior desenvolveu. O Governo anterior teve de enfrentar uma situação muito difícil que tinha herdado do executivo anterior”, disse o banqueiro, acrescentando que Foi “um trabalho que foi árduo, ingrato mas bem feito e que possibilitou, e bem, ao Governo atual capitalizar isso e continuar a ir na direção correta.”
Esta entrevista de António Horta Osório acontece depois de na semana passada, o Tesouro britânico ter anunciado a sua saída completa do capital do banco que lidera. O Lloyds foi alvo de intervenção pública em outubro de 2008, tendo Horta Osório chegado à instituição em 2011. O Tesouro britânico começou a vender em 2013 gradualmente a sua participação no Banco.
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