Vítor Bento defende reforma do IRC
Subida dos salários depende de estratégia de aumento da produtividade e crescimento das empresas. São as grandes empresas que podem pagar melhor. Portugal tem uma cultura "muito hostil" contra elas.
O atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, defende a necessidade de reforma do IRC, porque Portugal tem uma “política fiscal hostil à acumulação de capital”. “Em alternativa sugiro o que outros países mais desenvolvidos fazem, ou seja, que a taxa de imposto não seja progressiva”, disse no programa “Da Capa à Contracapa” da Renascença (acesso livre).
“Os grandes lucros não significam necessariamente uma grande rentabilidade. Significam é que as empresas ‘empataram’ muito capital e as que ‘empatam’ muito capital geram mais lucros”, argumenta Vítor Bento. O antigo CEO do Novobanco defende que a subida dos salários depende de uma estratégia de aumento da produtividade e de crescimento das empresas. “O regime que temos, demasiado assente em pequenas e médias empresas, gera baixos salários. Se quisermos vencer o desafio da produtividade, precisamos de ter mais grandes empresas, porque estas têm a capacidade de ter escala para diluir custos fixos e, portanto, diminuir os custos de produção”, explicou o antigo CEO do Novobanco. Vítor Bento no programa da Renascença em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos.
O economista considera ainda que “a qualidade da governança pública é má e tem vindo a degradar-se nos últimos anos”, constituindo uma das maiores fragilidades da economia portuguesa. “Se não superarmos esta fragilidade, tudo o resto vai falhar”, alerta. “A qualidade é má, porque, por um lado, os aparelhos de decisão do Estado têm-se partidarizado em demasia”, lamenta Vítor Bento. O responsável critica o facto de a Administração Pública, num sentido muito lato, ser “muito mal paga” e de “a sociedade em geral, e sobretudo a política, trata mal os dirigentes do Estado altamente meritórios”.
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