Fosun aposta numa “forma suave” de fazer negócios no estrangeiro
"Quando se quer iniciar um negócio num novo país, temos de estar preparados para nos adaptar", disse o diretor geral da Fosun, Xu Lingjiang, Horasis Global Meeting, em Cascais.
O diretor geral da Fosun, Xu Lingjiang, responsável pela operação em Portugal, revelou este sábado que a estratégia de expansão internacional do grupo chinês passa pela aposta numa “forma suave” de fazer negócios com os parceiros.
“Queremos ter uma comunicação suave e uma forma suave de fazer negócios com os nossos parceiros”, afirmou o gestor durante a sua intervenção no debate de arranque da Horasis Global Meeting, em Cascais.
"Queremos ter uma comunicação suave e uma forma suave de fazer negócios com os nossos parceiros.”
Xu Lingjiang, que passou recentemente a ser administrador não executivo do Banco Comercial Português (BCP), no qual a Fosun é o maior acionista com cerca de 25% do capital, assinalou que “qualquer negócio transfronteiriço depende da compreensão” entre as partes, apontando para as “muitas diferenças” existentes a vários níveis, como as culturais e ao nível das mentalidades, que o grupo chinês enfrenta nas suas operações externas.
“Quando se quer iniciar um negócio num novo país, temos de estar preparados para nos adaptar”, admitiu o líder da Fosun em Portugal, empresa que, além de ter entrado recentemente no capital do BCP, adquiriu uma participação relevante no capital da Rede Elétrica Nacional (REN) e também é dona da Fidelidade (a maior seguradora portuguesa) e da Luz Saúde.
“É isso que temos feito e com benefícios mútuos”, considerou, vincando a necessidade de “ganhar a confiança” nos novos mercados em que entra o maior grupo empresarial privado chinês.
“Se houver confiança, é fácil haver entendimentos. Se não houver confiança, é muito mais difícil ultrapassar as dificuldades”, vincou o líder da Fosun em Portugal, país onde o grupo já investiu quase três mil milhões de euros.
E acrescentou: “É por isso que mantemos confiança nas equipas de gestão das companhias que adquirimos”.
A Lusa tentou falar com o gestor chinês à margem do evento, mas Xu Lingjiang não se mostrou disponível.
A Horasis Global Meeting, que hoje começou com o painel “China e Europa – unir as mãos para a inovação”, reúne em Portugal até terça-feira mais de 400 participantes de 70 países.
Durante o debate de hoje, o embaixador da China em Portugal, Cai Rua, realçou o elevado investimento feito nos últimos anos por empresas chinesas no mercado português, em áreas como a energia, a banca, os seguros e a saúde, sublinhando que ultrapassa os oito mil milhões de euros.
“Em breve [a partir de 6 de julho] vai haver ligações aéreas diretas entre Pequim e Lisboa”, salientou o diplomata, mostrando-se confiante no aprofundamento das relações em vários níveis entre os dois países, como no investimento, nos negócios e no turismo.
“Portugal tem um grande potencial e, através da cooperação entre a China e Portugal, é possível atingir um nível mais alto”, rematou Cai Rua.
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