Seguros: Mediadores começam 2024 a compensar quebra de venda de bancos

  • ECO Seguros
  • 22 Fevereiro 2024

Os canais não bancários salvaram o primeiro mês do ano aumentando 36% as vendas de seguros Vida e 14,2% em Não Vida. Saúde cresceu 26% e continua a ser a estrela.

A produção de seguros em Portugal subiu 7,1% em janeiro em relação a igual mês de 2023. No entanto, uma quebra de 11,7% nas vendas por parte dos bancos impediu que o primeiro mês do ano fosse de maior crescimento do setor em relação a janeiro de 2023, revelam dados agora divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

O mercado total vendeu 1.412 milhões de euros, quase mais 100 milhões que em janeiro de 2023. O ramo Vida decresceu 3,9% para 451 milhões de euros, enquanto os ramos Não Vida subiram 13,3% para 960 milhões de euros, um aumento de 113 milhões de euros para o mesmo mês no ano passado.

No Ramo Vida, a venda de PPR aumentou 25%, para 151 milhões de euros no mês, quase compensando a quebra de produção de produtos de capitalização que se fixaram em 171 milhões, menos 25,7% que em 2023. Os seguros de Vida Risco, maioritariamente ligados a créditos à habitação e consumo, subiram apenas 3,7% para 95 milhões de euros. Note-se que a subida das taxas de juro está a estimular novos produtos Vida por parte das seguradoras e, em janeiro, a GamaLife/Novobanco, já propôs um produto de capital garantido a um horizonte de seis anos.

O ramo Saúde continua a ser a estrela entre os seguros Não Vida e registou uma subida de 26% em relação ao mês de janeiro do ano passado vendendo 285 milhões de euros. No total, estes ramos subiram produção em 13,3%, com automóvel Acidentes de Trabalho a crescer 15% e automóvel 10%. Em multirriscos Habitação a subida foi 10%, enquanto no comércio foi de apenas 1,3%.

Com os dados disponíveis, não se pode apurar qual o contributo de aumentos de prémios ou de aumento de apólices e coberturas na explicação dessa subida. A inflação registada ao longo de 2023 foi refletida em maiores custos por sinistros e esse facto estará a ser refletido no aumento dos preços dos prémios este ano.

Existe também o fator sazonalidade a considerar. Por exemplo, se uma média mensal 8,3% de um ano, no caso dos seguros de vida ligados a Fundos de investimentos, as vendas em janeiro de 2023 foram 14% de todo o ano. No caso de todos os ramos Não Vida foi de 13%, acidentes de trabalho 18%, saúde 17%, multirriscos comerciantes 15% e multirriscos industrial 21%. Portanto, nestes ramos, as renovações estão mais focadas no primeiro mês do ano e devem refletir mais o aumento de preço que o aumento de volume.

Mediadores salvam a produção de janeiro

Os números são claros. Em janeiro de 2023 os bancos venderam em valor 35% do tal e os outros canais de distribuição, com predominância de mediadores e corretores, colocaram 65%. Em janeiro deste ano essa partição passou para 28% bancos e 72% outros canais.

Em valor e no total de janeiro, os bancos venderam menos 53 milhões de euros, os restantes canais cresceram produção em 147 milhões de euros, em relação a igual mês de 2023.

Até no ramo Vida, em que os bancos venderam em valor 76% do total, este ano foi esse rácio de 66%. O crescimento da mediação em produtos de capitalização foi 82% enquanto os bancos venderam menos 55%. A contrariar a regra nos PPR deu-se o inverso, os bancos cresceram 32% e a mediação perdeu 13%.

Nos ramos Não Vida o desempenho dos mediadores foi um crescimento de 14,2% em produção contra apenas 5,7% no caso dos bancos. Em todos os ramos, o crescimento foi menor dos bancos que reduziu a sua quota de produção em ramos Não Vida para 10% do total.

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