Inflação em Espanha em mínimos de seis meses com descida dos preços da luz

Queda acentuada dos preços da eletricidade em fevereiro e a estabilidade dos preços dos produtos alimentares e das bebidas não alcoólicas levam a desaceleração da inflação para 2,8%.

A taxa de inflação em Espanha desacelerou para 2,8% em fevereiro, atingindo o nível mais baixa em seis meses devido à descida acentuada dos preços da eletricidade. São menos seis décimas do que em janeiro e em linha com a média da zona euro, revelou esta quinta-feira o instituto Nacional de Estatística espanhol, confirmando a sua estimativa preliminar a 29 de fevereiro.

A queda acentuada dos preços da eletricidade em fevereiro, face à subida registada no mês homólogo, e a estabilidade dos preços dos produtos alimentares e das bebidas não alcoólicas, que tinham aumentado em fevereiro de 2023, foram os principais fatores que justificam a desaceleração da inflação, e que conseguiram mesmo compensar o aumento dos preços dos combustíveis face à queda de fevereiro de 2023. A alimentação embora continue com preços elevados — 5,3% em termos homólogos — está muito longe do máximo histórico de 16,6% que atingiu em fevereiro do ano passado.

O Índice de Preços no Consumidor mantém-se assim no valor mais baixo desde agosto de 2023, quando atingiu 2,6%. O INE, para além de confirmar os dados avançados, desagrega as componentes do IPC por grupos de consumo e o seu contributo para o comportamento da inflação.

Os preços baixaram para alimentos e bebidas não alcoólicas (5,3% vs 7,4% em janeiro), recreação e cultura (2,8% vs 3,1%), bens e serviços diversos (3,3% vs 3,4%), vestuário e calçado (1,9% vs 2,5%), mobiliário e equipamento doméstico (1,4% vs 1,7%) e comunicação (0,4 por cento vs 0,5 por cento).

Em termos mensais, os preços ao consumidor subiram 0,4%, após um aumento de 0,1% em janeiro.

Já a inflação subjacente, que exclui energia e alimentos frescos, também desacelerou de 3,6% para 3,5%, atingindo o seu nível mais baixo desde março de 2022, quando começou a guerra na Ucrânia. O factor-chave por detrás desta moderação é a eletricidade, que evoluiu muito melhor do que os analistas previam.

Os preços da eletricidade diminuíram graças à queda do preço do gás natural e dos direitos de emissão de dióxido de carbono (CO₂), o que exerce uma pressão descendente sobre todo o mercado durante as horas em que este combustível fóssil determina o preço da eletricidade. Soma-se a isso as fortes rajadas de vento que têm contribuído para gerar mais energia eólica do que o esperado; bem como o bom desempenho das hidrelétricas devido às chuvas recentes e também das usinas fotovoltaicas. Tudo isto permitiu que o preço grossista da eletricidade fechasse em fevereiro nos 40 euros por megawatt hora (MWh). Há um ano, a taxa média nesse mês era de 133 euros.

Os economistas da Funcas preveem que o IPC terá altos e baixos ao longo do ano em torno dos 3%, devido ao impacto dos preços dos produtos energéticos, sem uma clara tendência descendente e ainda acima da meta de 2%.

(Notícia atualizada com mais informação)

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