Há mais uma empresa a testar semana de trabalho mais curta. Blip aposta em 36 horas semanais

Blip acaba de lançar projeto-piloto para testar semana de trabalho de 36 horas. Tecnológica fundada no Porto tem, neste momento, mais de 700 trabalhadores.

Há mais uma empresa portuguesa a oferecer uma semana de trabalho mais curta do que o habitual aos trabalhadores. Na tecnológica Blip, nos próximos quatro meses, só se trabalham 36 horas por semana. Este projeto-piloto serve dois objetivos: por um lado, melhorar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e, por outro, reter e atrair “o melhor talento”.

“O que os nossos dados dizem é que o benefício mais precioso que podemos oferecer aos nossos colaboradores é tempo — tempo livre e mais tempo com os seus –, e foi isso que procuramos oferecer”, sublinha a diretora-geral desta tecnológica fundada no Porto, em 2009, e que conta com mais de 700 trabalhadores em Portugal.

De acordo com a informação avançada em exclusivo ao ECO, o projeto-piloto arrancou a 1 de abril e vai estender-se até 31 de julho. Neste âmbito, os trabalhadores podem usufruir da sexta-feira à tarde ou da segunda-feira de manhã “como complemento ao fim de semana“, consoante os mercados para os quais trabalham.

Importa explicar também que, durante o projeto-piloto, serão estabelecidas “métricas de sucesso, previamente acordadas e comunicadas, para permitir uma monitorização e avaliação dos resultados no final“.

Serão esses dados que servirão de base também à decisão futura de manter ou não este modelo inovador. “Temos sido muito transparentes com os nossos colaboradores, dizendo que a única certeza que temos é a de que o piloto tem um início e um fim”, realça a diretora-geral.

Sara Sousa explica também que este projeto estava a ser trabalhado desde o ano passado, pelo que ver o piloto começar agora é “um motivo de grande orgulho”.

De resto, em preparação deste piloto, a Blip disponibilizou uma série de masterclasses sobre, nomeadamente, otimização de produtividade, colaboração e como lidar com a mudança. O objetivo é “apoiar os colaboradores na adaptação a este período”, assegura a empresa.

A Blip não é a única empresa portuguesa a testar a semana de trabalho mais curta. No ano passado, cerca de duas dezenas de empresas experimentaram-na, no âmbito de um projeto-piloto dinamizado pelo Governo. Dessas, pelo menos, três empresas já decidiram que vão manter a semana mais curta, conforme escreveu o ECO.

Lá fora, as empresas que testaram também têm mantido o modelo. No Reino Unido, das 61 empresas que participaram no piloto, 56 decidiram continuar com o modelo inovador, das quais 18 deram-no logo como permanente.

Ainda assim, nem tudo são rosas. A Crioestaminal — uma das empresas que participou no projeto-piloto do Governo e decidiu manter a semana mais curta — admitiu ao ECO que enfrentou “dificuldades em equilibrar o número de dias livres entre os colaboradores” e que “foi difícil reduzir a duração e frequência de reuniões para as tornar mais produtivas“.

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