Governo quer novo acordo na Concertação Social para reforçar rendimentos

Acordo de rendimentos de Costa pode ter os dias contados. Montenegro foi ao Parlamento anunciar que quer discutir as bases de um novo entendimento na Concertação Social para reforçar rendimentos.

O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira que o Governo quer discutir com os parceiros sociais as bases de um novo acordo para reforçar os rendimentos e a produtividade dos trabalhadores portugueses. Conforme avançou o ECO ainda esta manhã, tanto os sindicatos como as confederações patronais entendem que o acordo firmado com o Executivo de António Costa para esses fins está em vigor, apesar de o poder ter mudado de mãos, embora admitam alargá-lo e densificá-lo.

“Vamos promover de imediato o agendamento de uma reunião da Concertação Social, com vista a discutir com os parceiros sociais as bases de um novo acordo que consagre o reforço dos rendimentos e da produtividade dos trabalhadores portugueses e a competitividade e crescimento da nossa economia”, sublinhou Luís Montenegro, na intervenção que deu início ao debate parlamentar sobre o programa do novo Governo.

Em outubro de 2022, o Governo de António Costa conseguiu firmar com as quatros confederações patronais e com a UGT (a CGTP ficou de fora) um acordo na Concertação Social, que prevê, por exemplo, a trajetória do salário mínimo até 2026, bem como várias medidas para as empresas, como a reconversão do Fundo de Compensação do Trabalho.

Já em outubro do ano passado, esse entendimento foi revisto (ainda pelo Governo anterior), tendo a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) ficado de fora, por considerar que o acordo estava aquém do que o país precisava.

Entretanto, o Governo de António Costa e a Aliança Democrática ganhou as eleições de 10 de março, tendo Luís Montenegro assumido a liderança do Executivo, mas os patrões e sindicatos consideram que o acordo assinado com António Costa mantém-se em vigor, já que se trata de um entendimento feito com o Estado e não com um partido em particular.

Ainda assim, admitem alargá-lo a outras matérias e densificar os assuntos já incluídos. A par disso, a CIP já se mostrou aberta para entrar num acordo que preveja o reforço dos salários, mas também o crescimento da economia.

Em declarações ao ECO, Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP, adianta que o que a confederação quer é que “todas as partes se sentem à mesa com genuína vontade de explorar, encontrar e materializar um espaço real de negociação que permita ao país crescer mais, produzir melhor e competir superiormente para, assim, aumentar o rendimento das famílias”.

“Parece-nos importante colocar rendimentos e produtividade lado a lado, com igual importância. Apenas com empresas mais produtivas será possível competir nos mercados externos, ter melhores empregos e salários mais elevados“, realça o responsável, que avisa que espera que “a tensão político-partidária não desvirtue, contamine e se sobreponha aos objetivos da Concertação Social“.

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