Direto Centeno: “Não existe nenhum corte de 35% na saúde”
Mário Centeno esteve a responder a questões dos cidadãos nas redes sociais. O ministro das Finanças anunciou que haverá um alívio fiscal no segundo escalão do IRS e que não há cortes na saúde.
Mário Centeno esteve esta quarta-feira a responder às questões dos cidadãos. As perguntas passaram pelas finanças públicas, a economia, o emprego, a banca e os escalões do IRS. Eis os principais pontos das respostas do ministro das Finanças:
- O ministro das Finanças anunciou que o Governo irá dar um alívio fiscal no segundo escalão do IRS. Para isso está “desenhar uma medida que vai precisamente ao encontro da necessidade de alívio fiscal nesse intervalo de rendimentos”.
- Centeno voltou a falar sobre a presidência do Eurogrupo. Quando esse tema for discutido em janeiro, o ministro considera que Portugal deve ter uma posição “forte”. Além disso, considerou que ministro das Finanças português “nessa altura” — não especificando que é o próprio — seria uma “opção muito válida” para o cargo.
- Sobre a dívida pública, Mário Centeno reiterou o seu plano delineado no Programa de Estabilidade e Crescimento, referindo dois ingredientes essenciais: “Para baixar a dívida pública temos de manter o nível de crescimento económico próximo dos níveis que registámos nos últimos trimestres e manter o excedente primário nas contas públicas”.
- Na área do emprego, o ministro das Finanças disse que o aumento do salário mínimo promove a produtividade caso as empresas e os trabalhadores tenham as qualificações necessárias. Mas disse também que é preciso um equilíbrio para não se cair numa “armadilha” de baixos salários.
- Sobre a saúde — onde recentemente uma portaria introduziu uma redução dos “encargos trimestrais com a aquisição de serviços de profissionais de saúde, em, pelo menos, 35% face ao trimestre homólogo” — Mário Centeno diz não existir “nenhum corte de 35% na saúde”. “Existe um conjunto de medidas na saúde de enorme responsabilidade também orçamental, mas também da prestação do serviço público”, garantiu.
- Sobre a banca, Mário Centeno assinalou o trabalho já feito, dizendo que resta agora fazer uma “limpeza” ou “reorganização” do crédito malparado dos bancos, retirando-o dos balanços. A ideia é que os bancos ganhem espaço para conceder mais crédito à economia.
- O ministro das Finanças mandou também um recado para o Banco Central Europeu. Na opinião de Centeno ainda “não estamos em condições de inverter a política orçamental, muito menos a monetária, que terá de continuar a acomodar” a economia.
Políticos e redes sociais rimam?
Centeno teve assim o seu primeiro contacto direto com os cidadãos, através das redes sociais, mas qual a importância deste tipo de iniciativas para os políticos? Para o consultor de comunicação Nuno Fraga Coelho, que falou ao ECO, é “evidente” que os políticos devem procurar mostrar-se ao máximo nas redes sociais com uma presença constante, “até para não cair em esquecimento”. E as redes sociais são também uma forma importante para os atores políticos se relacionarem com o eleitorado. “Não só na parte política — não me repudia que haja até pormenores pessoais, por exemplo no Facebook”, acrescentou o consultor.
Também o consultor de comunicação e marketing, Francisco Silva, defendeu que os políticos “têm de contactar com o eleitorado, e grande parte do eleitorado passa uma parte importante do seu dia nas redes sociais”.
“É importante que estejam ali, porque conseguem estar junto das pessoas num contacto muito direto”, continua Francisco Silva. Esse contacto pode, por vezes, resultar em confrontos, que o consultor considera naturais. “Penso que tanto um partido como um político, se não estão dispostos a estarem nas redes sociais nos dias de hoje, não deviam estar na política. Se estão a servir as pessoas têm de dar-lhes respostas nos vários pontos onde as encontram”, concluiu.
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