Vila Galé prepara-se para investir cinco milhões em antigo convento em Elvas

O grupo Vila Galé avançou com uma proposta para ficar com a concessão do Convento de São Paulo, em Elvas, confirmou ao ECO Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo. A intenção é investir cerca de cinco milhões de euros num projeto hoteleiro que é também “um contributo para revitalizar” a cidade de Elvas.

O anúncio foi feito no final de setembro pelo presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, que revelou que o concurso para a concessão do Convento de São Paulo recebeu uma proposta e que essa proposta era do grupo Vila Galé. Jorge Rebelo de Almeida confirma agora a informação ao ECO.

“Se a proposta avançar, vamos fazer um investimento na ordem dos cinco milhões de euros. O hotel terá 64 quartos e dois restaurantes”, detalha o presidente do grupo hoteleiro, sublinhando que “um dos mercados que poderá ser muito interessante para esta unidade é o brasileiro”.

Alguém tem de fazer alguma coisa pelo interior do país, e as empresas, quando estão bem, têm algumas obrigações sociais

A avançar, este será o segundo investimento que o grupo Vila Galé anuncia no interior do país, no espaço de poucas semanas, depois dos seis milhões que vai investir em Braga, no antigo hospital de São Marcos. A estratégia passa por dinamizar o interior, mesmo que o risco económico seja maior. “Pode parecer demagógico, mas alguém tem de fazer alguma coisa pelo interior do país, e as empresas, quando estão bem, têm algumas obrigações sociais, têm de fazer algumas coisas que sejam de rentabilidade duvidosa, mas que fazem falta ao país”, diz ao ECO. “O risco é mais elevado e, se estivéssemos numa empresa com a corda na garganta, não podíamos dar-nos ao luxo de fazer isso. Mas não estamos”, acrescenta.

Depois do incêndio, a nova vida

O Convento de São Paulo foi o primeiro de 30 edifícios públicos que o Governo incluiu no programa “Valorização do Património”, com o objetivo de criar uma unidade hoteleira. O memorando foi assinado no dia 3 de agosto, na presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. Dois dias após o anúncio do concurso, deflagrou um incêndio de origem criminosa no edifício.

“Foi com alguma tristeza que assistimos a um incêndio naquele espaço e, tal como disse na altura, o incêndio não tinha afetado de forma significativa o edifício e iria permitir que o concurso continuasse”, disse Nuno Mocinha, quando anunciou a proposta do grupo Vila Galé.

Jorge Rebelo de Almeida salienta que o grupo ainda não ganhou o concurso, ainda que a probabilidade de ganhar seja “fortíssima”, uma vez que apresentaram a única proposta. Em comunicado, a Câmara Municipal de Elvas refere que “a data para assinatura do contrato com o grupo Vila Galé para a concessão do edifício será anunciada brevemente”.