Portugal, um país avançado pela bioenergia
A bioenergia avançada é uma solução capaz de colocar Portugal na vanguarda da descarbonização no panorama europeu.
Um mês após os portugueses se terem deslocado às urnas para colocar uma cruz no partido que melhor os representa, muito mudou no país. Numa era definida pelas alterações climáticas e pelos desafios geopolíticos, surge a questão: será esta a altura em que a bioenergia avançada terá o desenvolvimento necessário para alcançarmos as metas de descarbonização?
A bioenergia avançada é uma solução capaz de colocar Portugal na vanguarda da descarbonização no panorama europeu, posicionando o país enquanto líder do desenvolvimento de soluções verdes. Com um potencial de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre 85% e 90% para alcançar a neutralidade carbónica até 2050, é essencial continuar a investir nestas fontes enquanto contributo fundamental para a redução da dependência energética. No entanto, onde se encaixa a bioenergia avançada no quadro geral?
O Plano de Ação para o Biometano (PAB), recentemente aprovado, é um ótimo exemplo do que o nosso país pode fazer para diversificar o mix energético e tornar a descarbonização mais aberta a novas e inovadoras soluções. Com vista a substituir 9% do gás natural consumido em Portugal até 2030 e quase 19% até 2040, o Plano comprova que há a possibilidade de apostar ainda mais na bioenergia avançada.
E existem ainda outros esforços para que o país consiga transformar as adversidades em oportunidades: o Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC 2030), por exemplo, é um dos planos mais ambiciosos para o cenário da energia e do clima em Portugal, com metas essenciais para reduzir não só os gases com efeito de estufa (45% a 55%) mas também potenciar o recurso a energias renováveis e eficiência energética (45%). Estes esforços refletem um país em tornar-se um modelo de excelência no que diz respeito à sustentabilidade energética.
Ainda existe espaço para incentivar a produção de bioenergia avançada e, com as medidas e apoios certos, estou confiante de que será possível desenvolver este importante setor. Este momento pós-eleitoral é uma oportunidade para que os players do setor – desde produtores a decisores políticos – possam unir esforços para promover ainda mais esta fonte energética, impulsionando a economia verde e solidificando a posição de Portugal como líder na bioenergia avançada.
Ao olharmos para o futuro, é essencial que as políticas públicas reconheçam o potencial da bioenergia avançada e adotem medidas capazes de incentivar o seu desenvolvimento. A inclusão de medidas que fomentem a recolha e a gestão adequada de resíduos com potencial energético, aliadas ao estabelecimento de metas que estimulem o desenvolvimento da bioenergia e que deve ser feito de forma sustentável e eficiente, podem complementar o mix energético. A diversidade de soluções energéticas não se trata de uma mera questão económica, mas também de uma questão social e ambiental que nos garante a todos um futuro energeticamente independente.
É, portanto, crucial que os decisores políticos reconheçam o potencial da bioenergia avançada e tomem medidas concretas para promover o seu desenvolvimento, auscultando as associações e entidades do setor, que se encontram disponíveis para ter um impacto positivo no ecossistema. Este é um importante, senão mesmo vital, momento para abraçar a bioenergia avançada como uma oportunidade única para Portugal, rumo a um futuro mais sustentável e próspero para todos.
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