Auditoria ao Benfica está pronta e a caminho do Ministério Público. Mas vai ser feita mais uma

A auditoria às contas da SAD foi apresentada à administração do clube e será agora entregue ao Ministério Público e apresentada aos sócios do Benfica,.

Ao fim de um ano e meio, a auditoria forense ao Benfica está pronta e o próximo passo será o envio da mesma ao Ministério Público (MP). A garantia foi dada pelo presidente do clube dos encarnados, Rui Costa, na entrevista dada a um grupo de órgãos de comunicação social selecionados onde abordou também a época do Benfica. O ECO sabe que, nas próximas duas semanas, essas conclusões serão enviadas ao MP.

“A auditoria está finalizada, demorou mais do que esperávamos porque foram realizados 51 contratos que faziam parte do processo cartão vermelho. Está concluída, teve uma série de complementos para poder ser uma auditoria completa. Já foi apresentada à administração do clube e será agora entregue ao Ministério Público e apresentada aos sócios do Benfica como prometido”, disse Rui Costa. “Em relação ao processo atual, referir que tudo o que está neste processo não está na auditoria, mas assim que tomámos conhecimento do processo, pedimos uma auditoria nova sobre todos os contratos que possam estar incluídos neste processo. Não posso falar mais sobre o processo porque não quero interferir. Quero que se desenvolva autonomamente”.

No final de 2022, perante as suspeitas que recaíam sobre o Benfica, Rui Costa admitiu reforçar o compliance da SAD. “Acredito que com isso reforço também a confiança dos nossos adeptos”. Em causa o processo Cartão Vermelho — que envolve o ex-líder das águias em suspeitas de burla qualificada, abuso de confiança agravada, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, numa investigação que resultou na detenção de Luís Filipe Vieira em Julho desse ano.

Por isso, nessa altura, o presidente da SAD do Benfica admitia que quer “acabar estas suspeitas todas em relação ao clube e por isso o compliance da SAD do Benfica tem de ser reforçado”, de forma a evitar que futuras irregularidades sejam apontadas ao clube. Nessa altura, avançou ainda que os 55 contratos de transferências de jogadores investigados pelo Ministério Público no âmbito do mesmo processo, estão a ser igualmente alvo de uma auditoria encomendada pelo Benfica à EY.

Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, foi identificado pelo DCIAP como fazendo parte de um alegado esquema de fraude que consistia em comissões altas atribuídas ao empresário e advogado Bruno Macedo, na compra e venda de passes de três jogadores, com desvio de dinheiro da Benfica SAD, que mais tarde revertia para o presidente do clube pagar dívida das suas empresas.

A investigação identificou ainda esquemas de fraude em proveito pessoal de Luís Filipe Vieira e das suas empresas, sendo o principal prejudicado o SLB, o ex-Grupo Espírito Santo, o atual Novo Banco e ainda o Estado português.

Em causa estão crimes de burla qualificada, abuso de confiança agravada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, numa investigação que resultou na detenção de Luís Filipe Vieira, o empresário José António dos Santos, o filho Tiago Vieira, e Bruno Macedo. Estão em causa “negócios” e “financiamentos” superiores a “100 milhões de euros” que terão levado a “elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. Uma delas, será a do próprio Benfica, segundo comunicado da PGR.

Luís Filipe Vieira acabou a pagar uma caução no valor de três milhões de euros com a hipoteca de dois imóveis no Dafundo, um dos quais onde vive o ex-presidente do Benfica. Cada um tem o valor de 1 milhão e 380 mil euros. O remanescente foi pago em dinheiro, através de um depósito-caução de 240 mil euros.

Há uma semana, foram ainda conhecidas novas suspeitas que envolvem o antigo presidente do Sport Lisboa Benfica, Luís Filipe Vieira, o atual presidente, Rui Costa, o ex-administrador Domingos Soares Oliveira e o ex-assessor jurídico, Paulo Gonçalves. Em causa estão suspeitas de desvio de cerca de seis milhões de euros da Benfica SAD com contratos de intermediação de jogadores falsos. O DCIAP e a PJ estão prestes a concluir o inquérito e poderão acusar Rui Costa, os restantes ex-dirigentes benfiquistas ainda antes das férias judiciais. Mas falta ainda ouvir Luís Filipe Vieira que será a 12 de junho, e Domingos Soares Oliveira.

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