Jornada Mundial da Juventude gerou 370 milhões para a economia portuguesa, segundo estudo do ISEG

Estudo do ISEG estima ainda um aumento de 10 mil postos de trabalho no terceiro trimestre de 2023, maioritariamente em Lisboa, à boleia da Jornada Mundial da Juventude.

A Jornada Mundial da Juventude (JMF), que decorreu entre 1 e 6 de agosto em Lisboa, gerou um impacto de, pelo menos, 370 milhões de euros de valor acrescentado bruto à economia portuguesa, revela um estudo realizado pelo ISEG e divulgado esta sexta-feira. É ainda estimado um aumento de 10 mil postos de trabalho no terceiro trimestre à boleia do evento.

O estudo de avaliação do impacto económico da Jornada Mundial da Juventude, realizado pelo ISEG, revela ainda que destes 370 milhões de valor acrescentado, a “esmagadora maioria” foi no ano de 2023 ” e, pelo menos, 290 milhões dizem respeito à região de Lisboa, dado que as principais cerimónias ocorreram no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

“Estas estimativas têm uma certa margem de incerteza. Neste caso, o que estamos a apresentar é o limiar inferior”, pelo que “é possível e até provável que o efeito tivesse sido maior“, sublinhou Nuno Valério, professor jubilado do ISEG durante a apresentação do estudo.

Foi ainda estimado ainda um aumento a curto prazo do nível de emprego, “o qual pode ter atingido num máximo de mais de 10 mil postos de trabalho no terceiro trimestre de 2023, uma vez mais concentrado na região de Lisboa”, nota a instituição.

Apesar do impacto económico positivo, o maior evento da Igreja Católica teve “um contraposto no que respeita ao nível de preços”, sublinhou Nuno Valério, notando que, apesar de a avaliação ser “um bocadinho difícil todos os indicadores” sugeriram que a JMJ contribuiu para travar a queda da inflação em agosto de 2023, que acelerou para 3,7%, após 9 meses a abrandar.

“O que verificamos ao longo dos anos de 2023 e 2022, foi que a variação da inflação em Portugal acompanhou sempre a evolução do que aconteceu na Europa. A exceção foi agosto de 2023 em que continuou a travar na Europa mas acelerou um bocadinho em Portugal, mas em setembro voltou em normal”, justificou, acrescentando que, apesar de não ser possível quantificar o impacto, “foi um efeito realmente a muito curto prazo”, indicou.

Já o aumento das infraestruturas e equipamentos construídos para acolher o evento foi avaliado em cerca de 48 milhões de euros de formação bruta de capital fixo. De notar, que em março, o Tribunal de Contas (TdC) divulgou um relatório às contas da JMJ que apontava que foram reportados “432 contratos, incluindo respetivas modificações objetivas”, cujo montante global ascendia a cerca de 64,13 milhões de euros.

Destes, apenas “cerca de 71 representam investimentos para o futuro, na medida em que se traduziram na execução de obras de caráter permanente e na aquisição de equipamentos ou bens que permitem posteriores utilizações” e cujo valor contratual corresponde a 34.063.546,85 euros. Contas feitas, estes 71 contratos correspondem a, aproximadamente, 16,4%.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h42)

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