“Gerir a Santa Casa não é como gerir uma empresa”, alerta ministra

O novo provedor, Paulo Duarte de Sousa, promete "tornar a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ainda mais forte, mas também mais sustentável", reconhecendo que a instituição vive "um momento difícil".

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera que a atual mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que tomou posse esta segunda-feira, tem “todas as condições” para “superar os desafios de gestão que tem pela frente”, considerando que a sustentabilidade financeira é um problema “incontornável”. “Gerir uma instituição como a Santa Casa não é como gerir uma empresa”, avisa a ministra.

Na cerimónia de tomada de posse da nova vice-provedora da SCML e dos vogais, Maria do Rosário Palma Ramalho adiantou que pesou o “mérito profissional, mas também pelo perfil humano” para escolher os novos membros da mesa da SCML, dado que “gerir uma instituição como a Santa Casa não é como gerir uma empresa”. “Hoje abre-se um novo ciclo na gestão e também na longevidade” da instituição fundada em 1498, acrescentou a governante, garantindo que a instituição “está em boas mãos” e que o desafio ” absolutamente incontornável” da nova administração passa por garantir a sustentabilidade financeira.

Da esquerda para a direita: ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho; Rita Prates (vice-provedora); André Brandão de Almeida (vogal); Luís Carvalho e Rego (vogal); Paulo Duarte de Sousa (provedor)Hugo Amaral/ECO

“Isso ditou a exoneração da mesa anterior para a atual mesa”, reiterou Maria do Rosário Palma Ramalho, garantindo que “com esta nova mesa, a Santa Casa está habilitada para cultivar a prudência na gestão e na recuperação económica para que a sua longevidade e vitalidade neste novo ciclo possam ser asseguradas”. “Mas, atenção, sem diminuição, pelo contrário, admito que seja com aumento da sua atividade social”, acrescentou.

A governante lembrou ainda que a Santa Casa “tem como missão inúmeras” atividades, que vão desde à ação social, passando pela saúde e educação e até à inovação. Pelo que, lembrando as palavras do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), precisa “de todos”. E assegurou que vai “trabalhar quotidianamente” com a nova mesa para que esta missão possa ser assegurada e “até melhorada”.

Com esta nova mesa, a Santa Casa está habilitada para cultivar a prudência na gestão e na recuperação económica para que a sua longevidade e vitalidade neste novo ciclo possam ser asseguradas.

Maria do Rosário Palma Ramalho

Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Já o novo provedor, “perante a honra e a responsabilidade do cargo”, prometeu “tudo fazer para fortalecer a instituição”. Um compromisso que garante ser “comum” a toda a administração, prevendo “tornar a SCML ainda mais forte, mas também mais sustentável”.A SCML vive um momento difícil, mas estou certo que juntos vamos superá-lo e enfrentar os desafios que o futuro reserva”, sublinhou, lembrando que esta é “uma instituição fundamental para Lisboa e para o país e que em breve celebrará 526 anos”.

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou este domingo a nomeação de Rita Prates para nova vice-provedora da Santa Casa Misericórdia (SCML) e de David Lopes, Ângela Guerra, André Brandão de Almeida e Luís Carvalho e Rego para vogais. Os membros da nova mesa da SCML vão acompanhar o provedor Paulo Duarte de Sousa, que tinha tomado posse há cerca de 15 dias, depois de o Governo ter exonerado a anterior mesa, liderada por Ana Jorge, por “incapacidade de gestão”, na sequência dos problemas financeiros da instituição fundada em 1498.

 

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