Balcão ambulante da CGD já tem rodas… e o “ok” do BdP
Quer conhecer o que será o serviço móvel da CGD? Basta ir à Feira do Livro de Lisboa. Já há um protótipo. O regulador já fez saber ao banco que não se opõe à iniciativa, apurou o ECO.
O projeto da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para um serviço móvel de balcões, feito com carrinhas, já tem rodas. Na Feira do Livro de Lisboa é possível ver um exemplo do que será o protótipo desenhado pelo banco liderado por Paulo Macedo. Segundo apurou o ECO, o Banco de Portugal já fez saber à CGD que não se opõe à iniciativa do banco estatal para apoiar as populações nas zonas em que a instituição encerrou os seus balcões.
Foi em abril que Paulo Macedo revelou que a CGD já tinha pedido autorização ao Banco de Portugal para criação deste serviço “sobre rodas” como alternativa às agências. Um processo que o presidente do banco estatal disse estar a avançar rapidamente, uma vez que o banco central liderado por Carlos Costa estava a acelerar o processo de aprovação.
O ECO sabe que o regulador não se opõe a esta iniciativa. Uma posição que já foi transmitida à CGD. Mas agora cabe ao banco estatal conceber o projeto e definir quais serão os serviços prestados, o que será depois escrutinado pelo Banco de Portugal.
Segundo apurou o ECO, não serão prestados serviços de tesouraria por uma questão de “segurança”, limitando-se ao aconselhamento dos clientes. O presidente da CGD já tinha referido que se esta carrinha tivesse uma caixa multibanco teria provavelmente de ter acompanhamento por uma empresa de segurança devido ao transporte de dinheiro. Embora ainda possa sofrer alterações, no interior deste protótipo apenas se vê uma mesa e cadeiras.
Questionada sobre que tipo de serviços vão ser disponibilizados nesta carrinha, fonte oficial da CGD refere apenas que o objetivo é a “prestação de grande amplitude de serviços bancários, mas sempre de acordo e subordinada ao que o Banco de Portugal venha a permitir e/ou a regular”.
A carrinha que se encontra no recinto é um “protótipo a funcionar como stand de apoio numa ação de comunicação”, adianta a mesma fonte. “Só quando for conhecida a apreciação e deliberação, por parte do Banco de Portugal, será possível conhecer os requisitos a serem considerados. Isto é, a sua configuração final [referindo-se ao protótipo que está exposto na Feira do Livro de Lisboa] enquanto balcão móvel”, acrescenta.
Já tinha sido revelada uma foto daquilo que poderia ser a carrinha com que a CGD vai prestar este apoio nestas regiões, nomeadamente naquelas em que o fecho previsto das agências do banco faça com que as populações mais idosas e sem facilidade em usar serviços bancários pela Internet ou telefone percam o acesso a estes serviços.
A CGD tem previsto encerrar 61 agências, sendo 18 na área da Grande Lisboa, 15 a norte, 15 a sul e nas regiões autónomas e 13 na zona centro, segundo a lista revista divulgada em março após os protestos dos clientes. Várias já fecharam sem grandes sobressaltos, mas não foi isso que aconteceu em Almeida, na Guarda. A situação chamou mesmo à atenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O fecho de agências foi negociado com Bruxelas e é uma das contrapartidas acordadas para que a recapitalização da CGD que está a decorrer, num montante superior a 5.000 milhões de euros, não seja considerada ajuda de Estado. Este ano está previsto o encerramento de dezenas de agências, mas até 2020 serão encerradas cerca de duas centenas.
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