Manuel Pinho sobre pagamentos de Salgado: juíza está a “confundir-me com uma rameira”
Antigo ministro da Economia, condenado a dez anos de prisão efetiva no âmbito do caso EDP, diz que mantinha relação “cordial” com Ricardo Salgado, mas é perentório: “Não gosto de quem me trata mal”.
Manuel Pinho, que foi condenado a dez anos de prisão efetiva e ao pagamento ao Estado de cerca de 4,9 milhões de euros na semana passada no âmbito do caso EDP, garante que vai “até onde for preciso para provar que é totalmente falso” o que o acusam de fazer. Em entrevista à CNN Portugal, o antigo ministro da Economia considera que a magistrada que assina o acórdão que decidiu pela sua condenação, bem como a da sua mulher Alexandra Pinho e a de Ricardo Salgado, confundiu detalhes importantes do caso.
“Os prémios não eram pagos pelo BES, eram pagos pelo Grupo Espírito Santo“, apontou, acrescentando que o tribunal “confundiu totalmente” as duas entidades. Os prémios em causa seriam os 15 mil euros mensais vindos do saco azul do GES que o ex-governante terá recebido para agir, segundo a acusação, como um “verdadeiro agente infiltrado de Ricardo Salgado no Governo”. Uma tese que foi confirmada pelo tribunal, que no acórdão de 6 de junho declarou que Pinho “bem sabia” que “os pagamentos de 15 mil euros não correspondiam ao pagamento do prémio”, constituindo sim “uma contrapartida ilícita pelas funções que iria desempenhar”.
Sobre a relação com o ex-banqueiro do BES, embora diga que era “cordial”, refere que a mesma não era “boa”. “Não gosto de quem me trata mal”, justifica Manuel Pinho. “E dizia a juíza que ‘não é credível que se o Dr. Salgado lhe pagava tanto que não gostasse dele’… ao que eu, de uma forma o mais polida possível, disse ‘deve-me estar a confundir com uma rameira, não é por alguém me pagar ou não pagar que eu tenho de gostar dessa pessoa’“, afirmou.
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