Barclays vê PIB a crescer 2,9%. Rating só sobe em 2019
Numa nota de research, os economistas do Barclays dão Portugal como um exemplo de sucesso, mas alertam que uma subida do rating pode demorar. O banco estima que o PIB cresça 2,9%.
“Portugal tem talento“. É este o título da nota de research do Barclays publicada esta quarta-feira. Segundo o Financial Times (acesso pago), os economistas do banco britânico assinalam que Portugal é uma história de sucesso dentro da Zona Euro, mas que uma possível revisão em alta do rating da República poderá demorar mais do que dois anos. A prejudicar o país continua a estar o rácio da dívida superior a 130% e a vulnerabilidade dos juros portugueses face à retirada dos estímulos do Banco Central Europeu.
Existem razões para os portugueses estarem otimistas. Quem o diz é Barclays na mais recente nota de research sobre Portugal: “O Governo socialista minoritário tem provado ser resiliente… O setor bancário tem sido recapitalizado… A performance orçamental em 2016 bateu as metas orçamentais da Comissão Europeia”, cita o FT. Os economistas estão até otimistas face à diminuição do programa de compras do BCE que, dizem, terá menor impacto em Portugal face a outros países da Zona Euro, como Itália e Espanha.
A nota de research positiva do Barclays assinala a revisão em alta do crescimento económico do país de 1,4%, previsto no ano passado, para 2,9%. “A procura interna, e em particular o consumo privado, têm-se mantido como o motor chave do crescimento, mas a mais recente aceleração tem sido alimentado por um bem-vindo recuperação em investimento e no crescimento forte das exportações”, escrevem os economistas do banco britânico.
A nota classifica o desempenho de restrição orçamental e as reformas do Governo como “uma das maiores surpresas do último ano”. O Financial Times escreve que o menor défice da democracia em 2016 e as previsões de que continuará a baixar está a ajudar o Partido Socialista nas sondagens, depois de um começo “difícil” no início do Governo. Apesar disso, o banco assinala o crédito malparado como um dos principais problemas da economia portuguesa, tal como têm feito várias instituições internacionais.
O próximo desafio do Governo é a descida da notação financeira do país. A dívida pública portuguesa continua a ser classificada como “lixo”, exceto pela DBRS, o que também prejudica as empresas que operam em Portugal. Este passo seria o “selo final de aprovação” de que a crise já passou, mas o Barclays estima que uma melhoria do rating por parte das agências de notação financeira — Moody’s, S&P e Fitch — podem demorar mais de dois anos, passando para 2019 ou até 2020 a saída do “lixo”.
(Atualizado às 17h16)
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