Gás natural atinge máximos deste ano com receio de novo choque

Rumores sobre confrontos entre a Ucrânia e a Rússia nas proximidades de um ponto de abastecimento ao continente europeu estão a puxar pelos preços de referência deste combustível.

Os preços do gás natural na Europa estão a negociar no valor mais elevado desde dezembro, com o mercado a recear um novo choque no abastecimento ao continente europeu através da Ucrânia.

Os futuros TTF para entrega em setembro subiram 4,84% na quarta-feira, para 38,45 euros por megawatt-hora, mantendo-se esta quinta-feira próximos deste nível. Apesar de muito distante dos máximos atingidos em 2022, nos primórdios da invasão russa da Ucrânia, trata-se de um preço elevado para esta época de verão.

Gás TTF para entrega em setembro:

Dados até às 11h20 de 8 de agosto de 2024 | Fonte: Investing.com

O gás natural tem vindo a encarecer de forma mais acentuada desde o final de julho. No entanto, segundo a Bloomberg, a subida das últimas horas está relacionada com rumores de que as forças ucranianas terão tomado o controlo de uma importante estação de gás na região russa de Sudzha, junto à fronteira com a Ucrânia.

Este nó é o último ponto de abastecimento de gás russo à Europa via gasoduto através do território ucraniano, e a notícia ainda não foi confirmada oficialmente, de acordo com a Reuters. Além disso, para já, ainda não se registaram anomalias no abastecimento, esperando-se o envio de 41,6 milhões de metros cúbicos de gás russo para o continente europeu esta quinta-feira, sendo que o fluxo médio diário através deste ponto ronda os 42 milhões, refere a agência.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Europa tem vindo a reduzir de forma expressiva a sua dependência do gás russo. Pouco depois do início da guerra, o Kremlin explorou essa vulnerabilidade contra o ocidente, cortando ou reduzindo significativamente o envio de combustível, aumentando o seu preço para os consumidores e para a indústria e contribuindo de forma decisiva para acelerar a inflação.

Desde então, os preços do gás no continente ficaram particularmente sensíveis a qualquer perceção de risco, como é o caso com os confrontos entre as forças russas e ucranianas em Sudzha. Além disso, alguns países ainda dependem do abastecimento da Rússia, como a Áustria e a Eslováquia, apesar de, segundo a Bloomberg, o fluxo através deste ponto satisfazer, no máximo, 5% da procura total de gás pela Europa.

O gás natural é usado pelos consumidores para aquecimento, mas também pela indústria. Preços mais elevados do gás natural prejudicam tanto as empresas como as famílias, visto que também é um combustível muito usado na produção de eletricidade.

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