42% recusariam oferta de emprego caso empresa não oferecesse opções de trabalho remoto
Prioridades dos trabalhadores estão a mudar. Dois terços recusariam ofertas de emprego se tivessem impressão negativa durante entrevista. E 40% rejeitariam caso não houvesse opções de teletrabalho.
A pandemia já terminou, mas a transformação que causou no mercado de trabalho — como o boom do teletrabalho — veio mesmo para ficar. De acordo com um novo estudo da consultora Boston Consulting Group, mais de 40% dos trabalhadores europeus recusariam uma oferta de emprego, caso a empresa não oferecesse opções de trabalho remoto.
“Cerca de 42% dos profissionais europeus recusariam uma oportunidade de trabalho apelativa se a organização não oferecesse opções de trabalho remoto”, lê-se no estudo divulgado esta terça-feira, que teve por base as respostas de mais de 150 mil profissionais em 188 países (incluindo Portugal).
Entre as várias geografias analisadas, só na Europa as opções de trabalho remoto têm tanto peso na decisão dos candidatos. No Velho Continente, não disponibilizar opções de trabalho à distância é mesmo o terceiro motivo mais forte para recusar uma oferta de emprego, atrás somente de uma impressão negativa durante a entrevista (68% dos europeus uma vaga por esta razão) e de uma má experiência durante o processo de recrutamento (47%).
Em comparação, na América do Norte, 49% dos profissionais recusariam uma oferta de emprego, caso tivessem uma impressão negativa na entrevista, 39% caso tivessem uma má experiência durante o recrutamento e 33% caso os serviços e atividades do empregador tivessem um impacto negativo na sociedade.
Também na região da Ásia de leste e do Pacífico, uma má impressão durante a entrevista é o motivo mais forte para rejeitar ofertas de emprego (48%), mas os demais lugares do ranking são ocupados da seguinte forma: 45% recusariam vagas se o emprego não oferecesse benefícios de bem-estar e saúde mental e 40% rejeitariam o trabalho caso o empregador não disponibilizasse benefícios atrativos relacionados com as suas famílias.
Ou seja, as prioridades dos trabalhadores variam (e muito) em função da sua geografia e contexto. O estudo da Boston Consulting Group destaca, no mesmo sentido, que os profissionais europeus valorizam mais do que os restantes o tempo de férias e as folgas pagas, bem como o interesse dos conteúdos com os quais trabalham.
“Os profissionais na América do Norte e na Ásia, por sua vez, valorizam mais a compensação financeira e benefícios como uma boa reforma, seguros e comodidades no local de trabalho, e os profissionais em África e no Médio Oriente dão maior importância à reputação e estabilidade da organização empregadora, bem como a oportunidades de crescimento e de assumir maiores responsabilidades na empresa”, salienta a consultora.
Por outro lado, o estudo agora conhecido debruça-se sobre o impacto da inteligência artificial nas dinâmicas do mercado de trabalho, revelando que 49% dos profissionais a nível global acreditam que as suas tarefas serão alteradas e que, portanto, precisarão de novas competências. Aliás, 21% consideram que o seu trabalho vai mesmo “mudar por completo”, pelo que terão de se requalificar.
A boa notícia é que mais de metade (57%) mostram-se dispostos a fazer esse caminho, isto é, a requalificarem as suas competências para se manterem competitivos num mercado de trabalho em mudança.
Na mesma linha, a Boston Consulting Group recomenda às empresas que queiram reter o seu talento uma aposta na formação e capacitação desses trabalhadores. “De forma a garantir que os profissionais se mantêm competitivos e aptos para acompanhar as alterações do mercado, as empresas devem adotar novos modelos de formação orientados para a qualificação e requalificação“, sublinha a consultora.
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