S&P: Bancos só regressarão aos lucros em 2018. E serão limitados

Agência coloca bancos portugueses no mesmo grupo da Bulgária e Marrocos, entre outros países. Diz que os planos de reestruturação estão a correr bem, mas vão demorar até regressar à rentabilidade.

A Standard & Poor’s coloca o setor bancário de Portugal no grupo “7”, juntamente com países como a Hungria, Bulgária, Croácia, Bahrain, Jordânia, Marrocos, Filipinas. Na sua avaliação de risco à indústria bancária dos vários países (BICRA), a agência norte-americana considera que, apesar dos progressos nos planos de reestruturação, ainda vai demorar tempo até que eles surtam efeitos positivos na rentabilidade dos bancos e na redução das imparidades com crédito. E, por isso, lucros só em 2018.

Com um rating “BB+”, já dentro daquilo que considera ser investimento especulativo (“lixo”), a S&P não prevê grandes mudanças no risco do setor bancário em Portugal. “Vai permanecer estável porque continuará a revelar dificuldades em voltar à rentabilidade e à eficiência à luz das atuais taxas de juro, o crescimento modesto e do elevado stock de ativos tóxicos”, diz a agência.

“Apesar de os planos de reestruturação estarem a correr bem em vários bancos, esperamos que leve algum tempo até que esses planos se traduzam num reforço da rentabilidade doméstica e no regresso das imparidades com crédito para níveis mais adequados“, sublinha ainda.

Deste modo, adianta a S&P, “o sistema bancário português deverá continuar a registar prejuízos em 2017 e a apresentar lucros limitados em 2018”.

De resto, do lado das fraquezas que encontra na indústria bancária nacional, além do significativo stock de ativos problemáticos e dos desafios na frente da rentabilidade dos bancos, a S&P destaca o elevado endividamento público e privado e ainda a dependência estrutural do financiamento externo dos bancos. “O acesso aos mercados de capital ainda não regressou ao normal”, nota a S&P.

Como pontos positivos, a agência enfatiza a recuperação económica depois de uma recessão prolongada, a ampla e estável base de depositantes e também a regulação e supervisão sob orientação do Banco Central Europeu (BCE).

"Apesar de os planos de reestruturação estarem a correr bem em vários bancos, esperamos que leve algum tempo até que esses planos se traduzam num reforço da rentabilidade doméstica e no regresso das imparidades com crédito para níveis mais adequados.”

Standard & Poor's

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