Tarifas sobre carros elétricos chineses é resposta lógica para nivelar concorrência, defendem EUA
Jose W. Fernandez, vice-secretário dos EUA, justifica a medida pelo "excesso de capacidade e de condições de jogo injustas".
O vice-secretário norte-americano para Crescimento Económico, Energia e Ambiente considerou esta segunda-feira que impor tarifas sobre veículos elétricos chineses é “uma resposta lógica para nivelar as condições de concorrência” e garantir diversificação de abastecimento.
Jose W. Fernandez falava num encontro com jornalistas na embaixada dos Estados Unidos, em Lisboa, no âmbito de uma visita a Portugal durante a qual se encontrou com os ministros da Economia, da Presidência e com empresas do setor da energia e empresas envolvidas com o setor da mineração.
Em 4 de outubro, a Comissão Europeia conseguiu apoio dos Estados-membros da União Europeia para avançar com tarifas de compensação de até 36,3% às fabricantes de carros elétricos chineses no espaço comunitário por concorrência desleal, apesar do voto contra da Alemanha.
Questionado sobre o impacto desta medida, o vice-secretário salientou que isto remonta ao ponto de “excesso de capacidade e de condições de jogo injustas”. Nos Estados Unidos “estamos a propor impor tarifas também sobre veículos elétricos chineses” e “os europeus estão a fazer o mesmo”.
Por isso, “vemos isto como uma resposta lógica para nivelar as condições de concorrência e também, mais uma vez, encontrar formas de garantir a diversificação das nossas cadeias de abastecimento e das baterias dos veículos elétricos”, acrescentou, defendendo que é preciso “nivelar” o campo de jogo.
Tal parte “da premissa” de que se trata de “um sistema de livre concorrência onde ganha a melhor empresa e não a empresa que recebe mais subsídios. Não é a empresa que tem os melhores amigos no Governo e recebe os subsídios”, referiu, mas antes o que o mercado decide ou que quer que os clientes decidam. E “é isso que estas tarifas pretendem fazer”, rematou.
Sobre a visita, Jose W. Fernandez disse que iria ter mais encontros durante esta segunda. “Penso que as relações económicas entre Portugal e os Estados Unidos estão numa trajetória ascendente”, afirmou. “Há um otimismo aqui que sinto, mas também há um sentido de urgência que acho que as empresas partilham porque hoje temos oportunidades em áreas em que podemos entrar e acho que chegou a hora de aproveitar”, concluiu.
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