Construtora MAP reestrutura negócio e triplica trabalhadores em 2025
Grupo de engenharia liderado por Diogo Abecasis e José Rui Meneses e Castro investe 3 milhões para segmentar construção e entrar em novos setores. Prepara internacionalização e contrata 300 pessoas.
Fundada em janeiro de 2013 por Diogo Guerra Abecasis e José Rui Meneses e Castro, aos quais se juntou no ano seguinte a holding de investimento e capital de risco The Edge, a MAP Engenharia avançou com um processo de reestruturação para segmentar as operações no setor da construção civil e entrar também em novas áreas, como a manutenção de edifícios, a gestão de portefólios imobiliários ou o investimento ligado ao negócio core e diversificado em áreas como inovação, tecnologia e sustentabilidade.
“Temos vindo a preparar esta transformação desde 2023, para implementar neste último trimestre de 2024, na qual foram investidos cerca de três milhões de euros. Com o início da operação pretende-se continuar a investir para alavancar o crescimento das novas empresas”, contabilizaram ao ECO os fundadores do MAP Group, que passa a ser um “ecossistema de empresas” constituído por seis unidades de operações, das quais três construtoras com diferentes especializações.
- MAP Engenharia e Construção: especializada na construção de projetos de grande dimensão, atua nos setores residencial, de escritórios, hotelaria, comercial, serviços, industrial e logística.
- MAP Spaces: dedicada ao fit out, à criação e renovação de espaços interiores sustentáveis, focado no setor de escritórios, hotéis e espaços comerciais.
- Villas, ‘a Map Group Company’: focada no setor residencial e no cliente particular, é apresentada como a primeira empresa em Portugal dedicada exclusivamente à “construção-boutique” de villas de luxo no mercado nacional.
- MAP Property Services: especializada na gestão de portefólios imobiliários, assegura a manutenção de edifícios preservando o valor e integridade de cada ativo.
- MAP Real Estate: veículo de coinvestimento imobiliário com os seus parceiros para desenvolver oportunidades de investimento e promoção no real estate.
- MAP Capital: divisão empresarial dedicada à área de investimento mais abrangente, orientada para a diversificação de negócios que complementam as atividades do grupo.
Com esta reestruturação e diversificação para novas áreas de negócio em que “identificou a forte oportunidade de se especializar”, Diogo Guerra Abecasis e José Rui Meneses e Castro salientam ao ECO que estão “a preparar o processo de internacionalização para os próximos anos”. É que o grupo de engenharia, que tem sede em Lisboa e em 2017 abriu uma delegação no Porto, tem estado concentrado no mercado português, mas cerca de 70% do seu volume de negócios tem por base investidores internacionais.
Com esta reestruturação e diversificação, estamos a preparar o processo de internacionalização para os próximos anos.
“Com esta reestruturação, a nossa capacidade de resposta e oferta ao mercado estará muito mais completa e efetiva, o que, consequentemente, nos torna um player mais competitivo em qualquer mercado. Paralelamente, uma grande parte da nossa carteira atual de clientes já é internacional, pelo que alguns dos projetos nacionais serão catapultados para internacionais. Cremos que também faz parte de uma evolução orgânica, natural, que faz parte da nossa ambição e visão”, antecipam os porta-vozes do grupo português, que tem no portefólio mais de 120 obras executadas.
Assente nos projetos contratualizados, explicam ainda, o volume de negócios do grupo vai duplicar para 80 milhões de euros no final deste ano. “Os projetos de construção são negociados com bastante antecedência à sua execução, o que nos permite ter um pipeline fidedigno dos projetos em questão. Estamos num setor que terá talvez o maior índice de procura de sempre. A juntar a isso, conquistámos uma reputação no mercado que nos permite aceder a esta linha de ascensão”, justificam.
Os empresários contabilizam um crescimento médio anual de 15% nos últimos três anos. Aproveitando a dinâmica do mercado imobiliário, entre a construção nova e os projetos de reabilitação em curso nos centros das cidades portuguesas, o setor residencial vale atualmente metade da carteira da MAP.
Mais 300 empregos até ao final de 2025
Colegas de curso na licenciatura em Engenharia Civil (1996-2001) no Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa, os donos da MAP Group cumpriram percursos profissionais paralelos, em diferentes empresas no setor da construção, até decidirem intersetar as carreiras e criar o seu próprio negócio em janeiro de 2013.
José Rui Meneses e Castro iniciou a atividade profissional em 2001 na Somague (atual Grupo Sacyr), como engenheiro comercial, função que executou até 2003, altura em que assume o cargo de diretor de obra até agosto de 2007. Transita então para o The Edge Group, fundado por José Luís Pinto Basto e que viria a entrar na MAP como acionista, onde ocupou o cargo de diretor de projeto, sendo responsável pela área de desenvolvimento e gestão dos ativos imobiliários.
Diogo Guerra Abecasis passou os primeiros quatro anos de carreira na Engil (atual Mota-Engil). Começou no departamento de Planeamento e Controlo de Custos, passando um ano depois para o departamento de produção, onde participou em obras emblemáticas como a barragem de Pedrógão ou o Aeroporto do Porto. Em 2005 começou a trabalhar na construtora UDRA (Grupo San Jose) como diretor de obra e em 2009 foi contratado pela empresa Rui Ribeiro Construções para desempenhar o mesmo cargo.
Prestes a cumprir uma dúzia de anos, a MAP emprega atualmente cerca de 150 pessoas e aponta à criação de 300 novos postos de trabalho até ao final de 2025. “Temos vindo a reforçar as equipas precisamente para arrancar em pleno com as novas áreas de negócio. Existem muitas oportunidades no nosso universo, desde engenheiros, arquitetos, encarregados e técnicos. Para as posições de liderança estratégica das várias áreas estamos também a contratar funções executivas: diretores e gestores, todos eles dentro dos setores do imobiliário, construção e investimento”, descrevem.
No setor residencial, os empresários destacam no portefólio os Jardins Altear, na Alta de Lisboa (134 apartamentos), o empreendimento Vivva Setúbal (230 apartamentos) ou a reabilitação do lisboeta Duke Residences. Na área turística construiu o primeiro hotel da cadeia Mama Shelter em Portugal, está a executar o Carmo Convent Hotel (Évora) e prestes a concluir o Gago Coutinho 30, um projeto multiusos de hotel (200 quartos) e escritórios na capital.
Na componente da educação executou a ampliação do liceu francês Charles Lepierre e construiu a primeira faculdade privada de Medicina para a Universidade Católica. Na área corporativa está a reabilitar um emblemático complexo de escritórios no Campo Alegre (Porto) ou o Edifício Conde Barão, na zona de Santos (Lisboa).
Na área comercial ergueu vários Leroy Merlin e realizou a expansão da cadeia Fitness Hut; e no setor industrial e logístico, o destaque vai para o Centro Bluespace em Carnaxide e para a fábrica da queijaria Vale da Estrela, em Mangualde, criada pelo histórico dirigente socialista Jorge Coelho.
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