Crédito ao consumo regista a maior subida em seis anos

Apesar de representarem um valor mais baixo entre as várias tipologias de empréstimos, foi nos cartões de crédito que se verificou a maior taxa de variação anual (10,6%), indica o Banco de Portugal.

Os portugueses estão a recorrer cada vez mais ao crédito para financiar o consumo. De acordo com os dados do Banco de Portugal, divulgados esta sexta-feira, o montante dos empréstimos ao consumo cresceu 5,3% em setembro. É a subida mais elevada desde novembro de 2018.

“O montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 178 milhões de euros relativamente a agosto, para 30,1 mil milhões de euros. Em relação a setembro de 2023, cresceu 5,9%, a maior taxa de variação anual registada desde novembro de 2018. A finalidade de consumo foi a que apresentou maior dinamismo, com uma taxa de variação anual de 7,7%, enquanto os empréstimos para outros fins apenas cresceram 2,7%”, lê-se na nota publicada pelo Banco de Portugal.

O regulador revela que o stock de empréstimos para crédito pessoal totalizava 12,5 mil milhões de euros, em setembro, mais 134 milhões do que em agosto, o que representa um crescimento de 7,1% relativamente ao mês homólogo.

O crédito automóvel atingiu 8,2 mil milhões de euros, mais 84 milhões do que em agosto, e uma subida anual de 9,2%. E os cartões de crédito, “apesar de representarem um valor bastante inferior”, cerca de 3,2 mil milhões de euros, registaram a maior taxa de variação anual (10,6%) destas tipologias de empréstimos, detalha o Banco de Portugal.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que houve um abrandamento do consumo privado no segundo trimestre, face ao trimestre anterior. Mas com o aumento do crédito ao consumo pode ser um sinal de que tendência vai sofrer uma inversão. Em termos homólogos, no segundo trimestre, uma aceleração do consumo privado, para uma variação homóloga de 1,5%, que compara com 0,6% no trimestre anterior.

Em termos mais genéricos, em setembro, o montante total de empréstimos a particulares cresceu 2,6% em termos homólogos. Sendo que o stock de empréstimos para habitação aumentou 472 milhões face a agosto, totalizando 100,8 mil milhões de euros no final de setembro, o valor mais elevado desde fevereiro de 2015. Em termos homólogos, o crescimento foi de 1,7%, “mantendo-se a trajetória de aceleração que se regista desde janeiro de 2024”.

Empréstimos às empresas com maior subida desde dezembro de 2022

Os empréstimos às empresas também aumentaram. Segundo o BdP, os empréstimos às empresas cresceram 0,4%, a maior taxa de variação anual desde dezembro de 2022.

“O stock de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas totalizava 72,3 mil milhões de euros no final de setembro de 2024, mais 83 milhões do que no final de agosto. Em termos homólogos, o crescimento foi de 0,4%, a maior taxa de variação anual desde dezembro de 2022″, escreve o regulador na nota publicada esta sexta-feira.

No entanto, as empresas que operam ao nível da indústria e eletricidade, assim como do comércio, transportes e alojamento “apresentaram, em setembro, taxas de variação anual negativas de -2,2% e -1,0%, respetivamente (-2,0% e -1,6% em agosto)”. No extremo oposto está a construção e o imobiliário, cuja a taxa de variação anual foi positiva: 4,2% (3,6% em agosto).

Em termos de dimensão, as grandes e microempresas mantiveram taxas de variação anual positivas (0,8% e 7,1%, respetivamente), já as pequenas e médias empresas continuaram a registar taxas negativas (-2,5% e -5,1%, respetivamente).

E se em agosto o nível de empréstimos às empresas em Portugal suplantou o da média da zona euro — tal como aconteceu na segunda metade de 2020 e ao longo de 2021 — em setembro voltou a ficara abaixo.

(Notícia atualizada com mais informação)

 

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