Assalto a Tancos pode estar ligado a crime organizado

  • ECO
  • 4 Julho 2017

Começa a descartar-se mão terrorista, mas pode haver uma ligação ao crime organizado. As rondas nos paióis vão intensificar-se, à medida que embaixadas estrangeiras pedem informação sobre o caso.

Os serviços de segurança acreditam que o assalto aos paióis de Tancos pode ter sido orquestrado por uma rede internacional de crime organizado, segundo disseram ao Público fontes da área. Já começa a descartar-se a hipótese de ligações ao terrorismo, suspeitando-se antes que os criminosos sejam pessoas ligadas ao tráfico internacional de armas.

Para descartar a hipótese terrorista tem de se ter em conta que a ação dessas organizações, na Europa, não tem feito uso deste tipo de armas, mas sim de explosivos produzidos em casa, de automóveis e camiões, e de facas.

As fontes que falaram ao Público assinalaram ainda que seria “quase impossível” levar a cabo um assalto como este a Tancos sem uma fonte de informação interna, que facultasse pelo menos dados sobre os conteúdos dos paióis, já que os assaltantes sabiam a qual se dirigir para roubar os explosivos e armamento que pretendiam.

Para melhor proteger os paióis daqui para a frente, o Exército vai voltar a aplicar as normas de segurança que estavam em uso nos anos 1980, adianta o Diário de Notícias desta terça-feira. Os militares vão voltar a fazer as suas rondas com armas carregadas — para evitar acidentes, há muito que as rondas eram realizadas sem munições disponíveis nas armas. Serão ainda acrescentados militares aos grupos de patrulha e criar uma “força de reforço” num regimento específico para chegar aos restantes caso seja necessário.

Estas revelações surgem no dia antes de um protesto simbólico, programado para esta quarta-feira, em que oficiais do Exército irão deixar as suas espadas à porta da Presidência da República, em Belém, em solidariedade para com os coronéis que foram afastados devido ao assalto em Tancos.

O Correio da Manhã avança que o assalto está a gerar preocupação junto de outros países — embaixadas de países da CPLP, da Turquia e dos Estados Unidos da América pediram informações ao Governo português sobre quais os procedimentos que estão a ser utilizados para encontrar o material roubado.

Perante exigências de que sejam demitidos os ministros da Administração Interna e da Defesa, Constança Urbano de Sousa e Azeredo Lopes, feitas por Assunção Cristas, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu os colegas, “Evidentemente, estão à altura do atual Governo”, disse Augusto Santos Silva, em entrevista ao Jornal 2 da RTP. “Eu compreendo as iniciativas da oposição, peço apenas que se procure manter as Forças Armadas afastadas do jogo político, porque devemos esse respeito a essa instituição fundamental da nação portuguesa que são as Forças Armadas”.

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