Défice comercial de bens agrava-se no terceiro trimestre pela primeira vez desde o arranque de 2023
Exportações e as importações aumentaram, respetivamente, 9,7% e 7%, em termos homólogos, levando a um aumento do défice de 30 milhões de euros.
O défice da balança comercial de bens agravou-se no terceiro trimestre deste ano pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2023, de acordo com dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). As exportações e as importações aumentaram, respetivamente, 9,7% e 7% em termos homólogos levando a um aumento do défice em 30 milhões de euros.
“Estas variações refletem o peso das transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, que representaram 6,9% do total das exportações e 3,1% das importações no terceiro trimestre”, explica o organismo de estatística. Quando excluídas as transações com esta natureza, as exportações aumentaram 5,4% e as importações cresceram 4,8%, resultando num aumento do défice em 234 milhões de euros.
Isolando apenas o mês de setembro, as exportações portuguesas de bens aumentaram 5,1%, enquanto as importações subiram 3,3%, influenciadas sobretudo pelo material de transporte. O INE destaca nas vendas ao exterior o crescimento de 20,1% registado no material de transporte, principalmente automóveis de passageiros, e nas importações a subida de 28% de material de transporte, principalmente aeronaves proveniente de França.
O défice da balança comercial atingiu 2.371 milhões de euros em setembro, diminuindo 33 milhões de euros quando comparado com setembro de 2023 e 260 milhões de euros face ao mês anterior. Descontadas as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, o défice da balança comercial recuou 503 milhões de euros face a setembro de 2023 e 584 milhões de euros quando comparado com o mês anterior, cifrando-se em 2.096 milhões de euros.
Exportações para os EUA caem 43,7% em setembro
As exportações portuguesas para os Estados Unidos recuaram 43,7% em setembro, particularmente devido a uma quebra na venda de produtos químicos, nomeadamente medicamentos. Em sentido inverso, entre os principais parceiros comerciais de Portugal, destaque para o crescimento de 16,4% de exportações com destino à Alemanha e de 10% a Espanha.
Nas importações, o INE salientam a subida de 45,4% dos Países Baixos, nomeadamente produtos químicos, e de 19,2% de França, maioritariamente material de transporte, sobretudo aeronaves. Em sentido contrário, destaca o decréscimo das importações com origem no Brasil (-47,7%), principalmente de óleos brutos de petróleo.
(Notícia atualizada às 11h44)
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