Fed determinada a aumentar taxa de juro novamente

Apesar da evolução de curto prazo da inflação e da economia norte-americana, os membros da Fed consideram ser necessário continuar a aumentar a taxa de juro para haver estabilidade financeira.

A Fed está determinada a dar continuidade ao aumento da taxa de juro, ou seja, do preço do dinheiro nos Estados Unidos. A preocupação dos responsáveis incide sobre os riscos à estabilidade financeira e para a economia da manutenção das taxas de juro baixas. Prevê-se, por isso, que haja um terceiro aumento este ano. As minutas da reunião de junho onde a Reserva Federal decidiu aumentar a taxa de juro, divulgadas esta quarta-feira, mostram que o comité classifica de temporário o abrandamento na inflação e o crescimento económico, mas há divisão quanto ao momento em que a Fed deve começar a cortar o seu balanço de 4,5 biliões de dólares.

A maior parte dos responsáveis da Fed desvalorizou o abrandamento da inflação, um dos indicadores mais vigiados pelos bancos centrais. As minutas referem que a desaceleração dos preços teve origem na queda dos preços dos serviços de internet e dos medicamentos, explicando que a médio prazo esses efeitos devem desaparecer. “Os responsáveis continuam a esperar que (…) a inflação irá estabilizar, no médio prazo, à volta do objetivo do Comité de 2%“, lê-se no documento divulgado esta quarta-feira. Contudo, as minutas também assinalam que alguns participantes na reunião têm receio que o abrandamento da inflação possa persistir.

Quanto às políticas orçamentais e económicas da Casa Branca, a Fed continua a classificá-las de incertas. A nível internacional, vários participantes apontaram para a melhoria do crescimento económico internacional. Dentro da Reserva Federal há quem olhe para os desenvolvimento no emprego e na bolsa com preocupação. No primeiro caso porque a “taxa de desemprego normal a longo prazo é difícil de medir” e porque há evidências de que houve pouco impacto da criação de emprego no crescimento nominal dos salários e na inflação. No segundo caso, alguns responsáveis da Fed deixam um alerta: as ações das cotadas estão “caras” e há volatilidade nos mercados, o que pode colocar em causa a estabilidade financeira.

Uma das principais incógnitas relativas à atuação da Reserva Federal continua a ser quando é que Janet Yellen irá reduzir o balanço de 4,5 biliões de dólares, cuja grande parte deve-se à compra de dívida após a crise. “Alguns participantes preferiram anunciar o início do processo dentro de um par de meses“, lê-se nas minutas. Contudo, há divisão no comité sobre este assunto. Há membros da Fed que preferem empurrar a decisão para o final do ano de forma a terem mais tempo para analisar as evoluções na economia e na inflação.

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