Operação Influencer: Ministério Público abre inquérito a corte do selo em material apreendido na Morais Leitão

O Ministério Público abriu um inquérito para investigar o corte do selo nos documentos e equipamentos eletrónicos apreendidos pelo órgão na Morais Leitão no âmbito das buscas da Operação Influencer.

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito para investigar o corte do selo nos documentos e equipamentos eletrónicos apreendidos pelo órgão na Morais Leitão, em Lisboa, no âmbito das buscas da Operação Influencer, avança o Público. Em causa poderá estar a validade destes meios de prova, ainda que o MP sublinhe que a mesma não se encontra prejudicada.

“Todo o material apreendido nas buscas foi selado no decurso da busca, na presença de juiz, conforme, aliás, resulta do auto. A quebra do selo original deu origem a inquérito”, revelou a Procuradoria-Geral da República ao Público. O Ministério Público confirmou que houve três aberturas do material que deveria manter-se inacessível: uma do selo original e duas posteriores, sendo estas duas últimas classificadas como acidentais.

O material em causa foi aprendido a advogados da Morais Leitão que são arguidos na Operação Influencer: o sócio João Tiago Silveira, que coordenou para o Governo o grupo de trabalho responsável pelo simplex administrativo, na área ambiental e industrial, e Rui Oliveira Neves. Alegadamente, João Tiago Silveira tentou incluir no simplex industrial uma norma que favorecesse a Start Campus a pedido do colega de escritório Rui Oliveira Neves.

Foi no dia 7 de novembro de 2023 que a “Operação Influencer” chegou ao palco do media, com a realização de buscas à residência oficial do na altura primeiro-ministro, António Costa, e ainda buscas de ex- membros do Governo. Esta operação levou à detenção de cinco arguidos – o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; dois administradores da Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves; e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa – e culminou com a demissão de António Costa, a posterior queda do Governo e a marcação de eleições antecipadas.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba; o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta; o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira; e a empresa Start Campus.

Em causa estão 28 crimes: prevaricação, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva – quanto a titular de cargo político, agravada – e recebimento indevido de vantagens quanto a titular de cargo público, agravado. Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, estão a ser investigados por seis crimes. Diogo Lacerda Machado por quatro.

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