Lone Star mantém “board” do Novobanco com venda na mira

Acionistas do Novobanco têm assembleia geral extraordinária marcada para daqui a um mês para reconduzirem os membros do Conselho Geral e de Supervisão.

O fundo americano Lone Star vai reconduzir os membros do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) do Novobanco, órgão cujas competências se assemelham às de um conselho de administração e que é liderado por Byron Haynes, para um novo mandato até 2028.

O banco acabou de marcar uma assembleia geral extraordinária para o dia 20 de dezembro e um dos pontos da ordem de trabalhos diz respeito à nomeação dos membros do CGS para 2025-2028.

Oficialmente, a Lone Star – que controla 75% do capital do banco — não faz comentários, mas o ECO sabe que não haverá mudanças em relação à atual composição – que, de resto, sofreu algumas alterações nos últimos meses.

O CGS é o órgão de fiscalização do Novobanco, sendo nomeadamente responsável por supervisionar e aconselhar a equipa executiva liderada por Mark Bourke (com mandato até final do próximo ano).

Desde 2017, quando o órgão foi criado aquando da compra do banco pela Lone Star, que o CSG é liderado por Byron Haynes, um dos homens de confiança do fundo americano, contando atualmente com mais oito membros, depois das duas saídas ocorridas em setembro.

Além da Lone Star, a estrutura acionista do Novobanco conta com mais duas entidades: o Fundo de Resolução e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), com 13,54% e 11,46%, respetivamente.

Venda encurtará mandato

Com a perspetiva de venda do Novobanco, dificilmente o próximo mandato do CGS (de quatro anos) chegará até ao fim. E talvez isso ajude a explicar por que razão a Lone Star optou pela continuidade do atual conselho.

O processo de venda deverá arrancar algures no primeiro semestre do próximo ano, sendo que Mark Bourke continua a trabalhar no sentido de um IPO (initial public offering), conforme tem dito várias vezes publicamente.

Para que a operação tenha lugar, o Novobanco tem de se libertar antes das amarras do acordo de capital contingente negociado com o Fundo de Resolução há sete anos. Já há um princípio de entendimento entre as duas partes, mas o fim antecipado desse contrato ainda aguarda “luz verde” do Ministério das Finanças, que se espera que venha a ocorrer apenas depois de fechado o dossiê do Orçamento do Estado.

Este passo é importante para o banco e para a Lone Star porque irá permitir desbloquear os dividendos que ascenderão a mais de mil milhões de euros, abrindo caminho ao processo de venda, tal como avançou o ECO no mês passado.

Mark Bourke, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 02FEV24
Mark Bourke, CEO do Novobanco, em entrevista ao ECOHugo Amaral/ECO

Lucros, venda de malparado e novo negócio

O Novobanco continua a beneficiar do ambiente de taxas de juro elevadas, tal como o resto do setor, tendo chegado a setembro a lucrar 610,4 milhões de euros, tendo descido por causa do investimento de 30 milhões com a mudança para a nova sede e com a renovação informática associada a este processo.

Por outro lado, continua a limpar o seu balanço, tendo colocado recentemente uma carteira de malparado no valor de 300 milhões de euros, o denominado “Projeto Pegasus”.

Esta semana, o banco anunciou uma novidade: lançou uma plataforma de negociação de ações e outros ativos financeiros como ETF, obrigações e moedas, com o Saxo Bank.

“Esta parceria permite alavancar e valorizar os serviços do Novobanco e consolidar ainda mais a sua posição, capacitando os investidores privados a explorar um universo de investimento significativamente mais vastos”, segundo a instituição.

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