Offshores: Metade das transferências não fiscalizadas foram no BES e Montepio
Mais de metade das transferências para paraísos fiscais que escaparam ao radar do Fisco entre 2011 e 2014 terão sido feitas no BES e no Montepio. O total: 12.564 operações não registadas.
O BES e o Montepio representaram mais de metade das transferências de dinheiro para paraísos fiscais que escaparam ao escrutínio do Fisco entre 2011 e 2014. Em causa está o “apagão” no sistema central que deveria registar estas operações. A notícia foi avançada pelo Jornal Económico [acesso condicionado].
Sobre estes dois bancos recaíram 12.564 transferências para offshores que ficaram fora do radar — isto é, 8.055 milhões de euros de um total de cerca de dez mil milhões de euros. A conclusão consta, aliás, na auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) ao problema, agora concluída. Mas o relatório não identifica o nome das instituições por razões de sigilo.
No entanto, tratar-se-ão do antigo banco de Ricardo Salgado e do mutualista Montepio, segundo o jornal. No caso do BES, terão sido transferidos em três anos 8.247 milhões de euros para contas offshore, mas o sistema só registou 330 milhões de euros. Já no caso do Montepio, de um total de 2.315 transferências para contas em paraísos fiscais no valor de 192 milhões de euros, só terão chegar ao sistema do Fisco registos da saída de 138 milhões, ou 72% do total.
O relatório da IGF mostrou-se inconclusivo em alguns aspetos. Indicou que, na base da falha, poderá ter estado um problema de software, embora não tenha sido encontrada uma explicação informática para o erro. A auditoria concluiu ainda ser “extremamente improvável” que a falha tenha tido origem em mão humana.
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