Portugal ainda pode ter “papel muito importante” na cadeia dos veículos elétricos, defende Mckinsey

Mckinsey realça que o país dispõe dos recursos naturais necessários, nomeadamente o lítio e de energia “barata”, assim como conhecimento especializado relacionado com a refinação química e engenharia.

A consultora Mckinsey vê a cadeia de valor dos veículos elétricos como uma oportunidade chave para uma reindustrialização em Portugal, apesar do recente revés protagonizado pela Galp, que cancelou um projeto de refinação de lítio. É necessário “garantir que os projetos têm as condições para avançarem”, refere.

“Os veículos elétricos serão uma das tecnologias mais importantes nesta transição energética. Acreditamos que Portugal pode ter um papel muito importante nessa indústria. Não comentamos projetos em particular, mas continuamos a acreditar que estamos bem posicionados para termos um papel relevante nesse setor e nessa cadeia de valor”, indicou André Anacleto, sócio da Mckinsey, quando confrontado com o cancelamento do projeto da Galp e Northvolt para a construção de uma refinaria de lítio em Setúbal.

A justificar esta convicção, o sócio da Mckinsey realçou que o país dispõe dos recursos naturais necessários, nomeadamente o lítio e de energia “barata”, que ajuda num setor como este que é muito intensivo em energia. Além disso, existem no país conhecimentos especializados relacionados com a refinação química e engenharia, para fazer todo o processo de construção das baterias e de incorporação dessa tecnologia nos veículos elétricos.

Estas declarações foram proferidas no âmbito do lançamento do Índice de Industrialização e Transição Energética (IETI, na sigla em inglês), da Mckinsey, que será atualizado a cada seis meses.

No setor automóvel, Portugal produz cerca de 320 mil veículos por ano, mas apenas 0,1% deles são elétricos, enquanto na Alemanha esse valor é de 30%, observa a consultora.

Olhando aos fatores que estão a servir de obstáculos no desenvolvimento da indústria de carros elétricos e respetivas baterias, André Anacleto indica que nalguns países se notou uma desaceleração no crescimento do mercado, “em parte porque houve alguns incentivos que acabaram por sair de cena”, o que impacta o lado da procura.

Em paralelo, as condições do mercado e os preços do lítio também têm vindo a corrigir, “portanto, alguns projetos não têm ainda as condições adequadas”. Nesse sentido, defende que “é preciso trabalhar em fatores de aceleração” e “garantir que os projetos têm as condições para avançarem”. Por exemplo, será “necessário um investimento em investigação e desenvolvimento para melhorar a competitividade de alguns desses projetos, para que consigam chegar à execução”. O lançamento de incentivos e melhorias no processo de licenciamento são outras sugestões avançadas.

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